Partido socialista espanhol diz ao rei que está disposto a formar governo

Pedro Sánchez falava no final da reunião com Felipe VI e garantiu que PSOE avança se Rajoy renunciar a essa "obrigação"
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O secretário-geral do Partido Socialista espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, transmitiu hoje ao Rei de Espanha que os socialistas estão dispostos a formar governo caso o presidente do executivo em funções, Mariano Rajoy, renuncie a essa "obrigação".

Pedro Sánchez falava no Congresso dos Deputados em Madrid no final de uma reunião com Felipe VI, a penúltima desta ronda de audições, que termina com o presidente do Partido Popular (PP), Mariano Rajoy, às 17:00 (16:00 em Lisboa).

"Desde o início do processo, o PP recusou negociar, renunciou a negociar com o conjunto das forças políticas e portanto, é a minha opinião, renunciou a apresentar um projeto politico para este pais", disse Sánchez.

A 22 de janeiro, o rei de Espanha convidou Rajoy a formar governo, mas o presidente do PP recusou o convite temporariamente, por considerar que não tinha os apoios necessários para ganhar uma votação de investidura no parlamento.

Sánchez, que classificou a decisão de Rajoy como um "exercício de escapismo politico", reafirmou que quer "desbloquear a situação" e que "o PSOE dará um passo em frente e tentará formar governo".

O líder socialista também comentou declarações dos líderes do partido da esquerda radical Podemos e do partido de direita Ciudadanos - que se excluem mutuamente num eventual acordo com o PSOE.

O líder do Podemos, Pablo Iglesias, afirma que Sánchez não pode fazer acordos com o seu partido e com o Ciudadanos, cujo líder, Albert Rivera, disse que não apoiará um governo que inclua o Podemos.

"Creio que a pergunta que Pablo Iglesias tem de responder, e também o resto das formações, é se dão apoio à mudança que pode ser liderada pelo PSOE ou se querem que o PP continue a governar mais quatro anos", disse Pedro Sánchez.

O secretário-geral socialista lembrou que faltam poucas horas para que se comece a desenhar a solução governativa em Espanha eque o PSOE está pronto para começar a negociar com todas as formações políticas nesse sentido, salientando que também falará com o PP.

Perante a insistência dos jornalistas sobre se o Rei vai convida-lo a formar um Governo de esquerda, Sánchez respondeu sempre: "Faltam poucas horas".

O impasse sobre quem governará Espanha mantém-se desde 20 de dezembro, dia das eleições gerais espanholas, que o PP ganhou sem maioria absoluta (123 deputados). O PSOE conseguiu 90 assentos e o Podemos outros 69.

A correlação de forças saída da votação indica que qualquer um dos partidos terá de fazer acordos pós-eleitorais para uma investidura e para formar governo.

O Podemos propôs ao PSOE um governo de coligação, pedindo a vice-presidência e pelo menos cinco ministérios, juntamente com o partido Izquierda Unida e o apoio de forças catalãs e bascas, mas os socialistas preferem um governo de cor única, com acordos de apoio parlamentar.

Várias fações regionais no PSOE exigem a Pedro Sánchez que deixe claro que renuncia a apoios de forças que defendem a independência de Catalunha ou País Basco. O líder do PSOE vai submeter os eventuais acordos a uma consulta à militância.

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