Partido de Moon garante maioria absoluta e desertor norte-coreano é eleito
O partido no poder conquistou uma maioria confortável nas eleições legislativas na Coreia do Sul, segundo os resultados parciais oficiais divulgados esta quinta-feira, com os eleitores a apoiarem o presidente Moon Jae-in na gestão da crise associada à covid-19.
Mesmo antes da contagem estar terminada, o Partido Democrata do chefe de Estado já conquistou 163 das 300 cadeiras na Assembleia Nacional, ou seja, a maioria absoluta. A estes números há que somar os 17 lugares obtidos por um pequeno partido aliado.
O principal partido da oposição, o Partido para um Futuro Unido (conservador), e um outro seu aliado, têm até agora assegurados apenas 97 assentos.
Um deles é do antigo diplomata norte-coreano Thae Yong Ho, que foi embaixador em Londres, que é o primeiro desertor de Pyongyang a conseguir um lugar no Parlamento de Seul.
Thae Yong Ho desertou com a família em 2016 e foi agora eleito deputado pelo Partido para um Futuro Unido, em representação do distrito de Gangnam, Seul.
"A República da Coreia (Coreia do Sul) é a minha terra e Gangnam a minha cidade" disse Thae durante a campanha eleitoral agradecendo aos habitantes da zona e cantando o hino nacional sul-coreano.
A taxa de participação foi de 66,2%, a mais alta do país desde 1992.
Uma significativa reviravolta da situação para o presidente sul-coreano. Há alguns meses, escândalos ligados ao abuso de poder e o crescimento económico lento pareciam ameaçar Moon Jae-in, igualmente criticado por uma eventual abordagem demasiado suave à Coreia do Norte, depois de Pyongyang retomar os testes de mísseis nucleares e balísticos.
No entanto, esta votação acabou por se transformar num referendo relativamente rápido e eficaz sobre a resposta de Moon à epidemia do novo coronavírus.
O índice de popularidade de Moon, que caiu para 41% no final de janeiro, era de 57% na semana passada, de acordo com a empresa de sondagens Gallup.