Partido de Merkel trava extrema-direita e vence em eleições cruciais
Os conservadores de Angela Merkel conseguiram uma vitória convincente nas eleições no estado da Saxónia-Anhalt, no último teste eleitoral antes das eleições de setembro que vão marcar o adeus à chanceler que está há 16 anos no poder.
A CDU, que desde janeiro é liderada por Armin Laschet, conseguiu entre 35% e 36% dos votos, segundo as sondagens à boca das urnas, melhorando o resultado de há cinco anos, com a extrema-direita da Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) a ter entre 22,5% e 23,5%, abaixo do resultado de 2016.
Durante a campanha, as sondagens apontam para um resultado muito mais próximo entre a CDU e a AfD, tendo mesmo havido pesquisas que davam a vitória regional à extrema-direita, o que aconteceria pela primeira vez.
Reiner Haseloff, chefe do governo da Saxónia-Anhalt desde 2011, tem assim a porta aberta a um novo mandato. No atual executivo, estava em coligação com os sociais-democratas (SPD) e com Os Verdes.
As sondagens à boca das urnas dão cerca de 10,9% das intenções de voto ao Die Linke (esquerda), que em 2016 tinha tido 16,3%, 8,3 ao SPD (10,6% há cinco anos), 6,5% aos Verdes (sobem em relação aos 5,2% que tinham) e 6,4% ao Partido Democrático-Liberal (não tinha representação no Parlamento regional).
A Saxónia-Anhalt é um dos estados mais pequenos da Alemanha, com apenas 2,2 milhões de habitantes, mas a vitória clara deste domingo dá aos conservadores e a Laschet um impulso importante a menos de quatro meses das eleições nacionais, a 26 de setembro.
"Esse é essencialmente um excelente resultado", disse o secretário-geral da CDU, Paul Ziemiak. "A CDU venceu esta eleição claramente. Hoje é um bom dia", acrescentou.
Desde a reunificação que a CDU só perdeu uma eleição neste estado, mas o discurso contra as restrições aplicadas para conter a pandemia da covid-19, adotado pela AfD, parecia estar a dar frutos.