A 5 de fevereiro de 1998, o DN noticiava que o Parlamento tinha aprovado o aborto livre até às dez semanas por nove votos de diferença.."A proposta da Juventude Socialista para a liberalização do aborto até às dez semanas foi aprovada na Assembleia da República por 116 votos a favor, 107 contra e três abstenções. O PCP anunciou durante o debate o seu apoio à proposta socialista, o que levou o líder da bancada do PS, Francisco Assis, a declarar o seu voto favorável ao projeto comunista (chumbado por 110 votos contra, 107 a favor e nove abstenções) sem saber o que iriam fazer os seus colegas de bancada. Também derrotados foram os projetos do PP e dos deputados socialistas António Braga e Eurico Figueiredo. O PSD retirou a sua proposta, enquanto nas ruas galerias e nas ruas centenas de pessoas levaram a cabo manifestações a favor e contra o aborto", lê-se na notícia do DN..No entanto, o então primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Guterres, e o então líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa surpreenderam todos na manhã seguinte ao anunciarem um acordo para sujeitar a matéria a referendo..Ainda assim, a 28 de junho desse ano foi realizado um referendo no qual o não à despenalização ganhou 51% dos votos expressos..Oito anos depois, a Assembleia da República decidiu convocar um novo referendo, que foi marcado pelo Presidente da República, Cavaco Silva, para 11 de fevereiro de 2007. À pergunta "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?", 59,25% dos votantes responderam sim e 40,25% não.