Parceiros sociais com dúvidas sobre eventual novo acordo

Os parceiros sociais manifestaram hoje dúvidas relativamente a um eventual novo acordo de Concertação Social, considerando que ainda não foram cumpridas muitas das medidas previstas no acordo tripartido de janeiro de 2012.
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"Não tem qualquer sentido fazer outro acordo sem este estar cumprido. Ficamos desconfiados com o que se pretende. É que não se cumpriu o que está por fazer deste acordo", disse aos jornalistas João Vieira Lopes, presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

O responsável falava à entrada para a reunião de hoje da Concertação Social, que se iniciou pelas 15:20 e se foca na 'Estratégia para o Crescimento, Emprego e Fomento Industrial 2013-2020' recentemente apresentada pelo Governo.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse na quarta-feira, dia do Trabalhador, estar disponível para discutir um novo acordo de Concertação Social sobre o crescimento económico e o emprego, sustentando que a realidade mudou e que é preciso "adaptar as coisas".

Relativamente à concretização das medidas do acordo de janeiro do ano passado, Vieira Lopes considerou que "pouco se fez" para reduzir os custos de contexto das empresas e a burocracia e "nada se fez" para revitalizar o comércio e para a reabilitação urbana.

As duas centrais sindicais (CGTP e UGT) subscreveram as reticências sobre um eventual novo acordo por o atual não ter ainda sido cumprido.

"Não se pode falar de novos acordos quando não se cumprem os que foram assinados", disse Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, central que não assinou o acordo de 2012.

O sindicalista defendeu que o acordo do ano passado "precisa de ser avaliado" porque "parece que fracassou totalmente", a não ser relativamente à revisão da legislação laboral.

Pela UGT, o novo secretário-geral da central, Carlos Silva, manifestou satisfação pela "disponibilidade manifestada pelo primeiro-ministro para negociar com os parceiros", mas lembrou que "o Governo nem sequer cumpriu o anterior acordo".

Já António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), mostrou maior abertura a um eventual novo acordo tripartido por considerar que a conjuntura económica e social mudou entre 2012 e a atualidade.

O Governo enviou na semana passada aos parceiros sociais a 'Estratégia para o Crescimento, Emprego e Fomento Industrial 2013-2020', documento com o qual pretende criar as bases para o crescimento económico assente em pressupostos como a reindustrialização, investimento e exportações.

A estratégia do Executivo é o único ponto da agenda de trabalhos de hoje.

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