Parada assinala os 60 anos do fim da Guerra da Coreia
Milhares de soldados desfilaram nos 75.000 metros quadrados da praça Kim Il-sung da capital norte-coreana, Pyongyang, ao som dos acordes de música militar, de acordo as imagens que o único canal de televisão disponível no país, a estatal KCTV, transmite em direto.
"Proteger Kim Jong-un com as nossas vidas", gritaram milhares de tropas e espetadores quando o jovem líder norte-coreano apareceu, ladeado por líderes militares e do partido, na praça Kim Il-Sung.
A KCTV passou também imagens da chegada de viaturas militares e de uma plataforma móvel de lançamento, transportando um míssil de grande dimensão, antes do arranque dos discursos dos dirigentes norte-coreanos, segundo as agências internacionais.
A Coreia do Norte celebra o armistício como o "dia da vitória", no final de uma "guerra de libertação da pátria".
O conflito, que terminou a 27 de julho de 1953, com um armistício, deixou a península destruída, causando entre dois e quatro milhões de mortos.
A Guerra da Coreia começou a 25 de junho de 1950, quando o exército norte-coreano atravessou o paralelo 38 para invadir o Sul, conquistando Seul em apenas três dias. O general norte-americano Douglas Mac Arthur foi nomeado, a 03 de julho, para a chefia das forças da ONU, essencialmente compostas por soldados dos EUA.
As tropas da ONU conseguiram repelir, a partir de setembro, as forças norte-coreanas, que tinham já chegado à extremidade sul da península. A resistência foi diminuindo e, a 20 de novembro, os norte-americanos chegaram ao rio Yalouo, na fronteira chinesa, o que levou à intervenção maciça de "voluntários" enviados por Pequim.
O Presidente norte-americano Harry Truman rejeitou a proposta de Mac Arthur para atacar a China e substituiu-o, em abril de 1951, pelo general Ridgway no posto de comandante aliado. Em junho, a frente já se estabilizou ao longo do paralelo 38.
Nesta altura, os dois campos encontraram-se para negociar um armistício.
Após dois anos de negociações difíceis, um acordo de cessar-fogo é assinado a 27 de julho de 1953 e uma zona desmilitarizada separa, a partir de então, as duas Coreias no paralelo 38.
O acordo de cessar-fogo previa a organização, no prazo de três meses, de uma conferência que levasse à retirada da península de todas as tropas estrangeiras e a uma solução pacífica.
Esta conferência nunca se realizou.
Os 60 anos do armistício ocorrem no momento em que as duas Coreias tentar resolver, consistentemente, as tensões reavivadas depois do lançamento de um foguetão - que Seul considerou um teste de um míssil intercontinental - um novo ensaio nuclear e ameaças, repetidas por Pyongyang, de atacar os inimigos.