Para descobrir Alejandro Jodorowsky

"Poesia sem Fim", do chileno Alejandro Jodorowsky, um realizador que raramente se vê nas salas nacionais
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É um privilégio ter um filme de Alejandro Jodorowsky a estrear-se em Portugal. Um privilégio, sobretudo, pela valorização da diversidade na distribuição cinematográfica. Não é todas as semanas que, apesar das abundantes estreias, nos chega uma obra deste nível de estranheza criativa.

O título é uma promessa de excesso, e este poeta e cineasta chileno, hoje com 87 anos, não é um artista de meias medidas. Poesia sem Fim marca o segundo momento da sua autobiografia representada - que iniciou em 2013, com o filme La danza de la realidad (inédito em Portugal) -, e lança o espectador no ambiente delirante dos anos 1940-50 no Chile.

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A capital, Santiago, oferece-se a esta epopeia singular como um cenário teatral, moldável à imaginação "sem fim" de Jodorowsky. As personagens, algumas delas artistas da época - Nicanor Parra, Stella Diaz, Enrique Lihn - endossam uma narrativa mágica, de figurações múltiplas. Pura e simplesmente decidido a dedicar-se à poesia, ainda jovem Jodorowsky cortou relações com o seu pai tirano.

A afronta abriu caminho à liberdade de que Poesia sem Fim é expressão berrante, alegre e voluptuosa. Uma viagem pelo auspicioso crescimento da sua filosofia de vida (espelhada no filho Adan Jodorowsky, que interpreta esse jovem adulto Alejandro), com um inegável toque felliniano.

Classificação: *** Bom

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