Paquetá tocou a música que deixa o dragão com a Liga Europa em risco
O FC Porto comprometeu ontem o sonho de conquistar pela terceira vez a Liga Europa, depois de perder no Dragão com o Lyon, por 1-0. Isto um dia depois de Sérgio Conceição ter anunciado que a sua equipa era uma das candidatas a conquistar o troféu.
Desta vez, os dragões foram manietados por uma equipa francesa que contou com a inspiração de Ekambi e, sobretudo, Lucas Paquetá, que deu um recital e marcou o golo que ditou a primeira derrota portista em mais de três meses.
Refira-se que a partida começou com um grande susto no relvado quando as cabeças de Pepe e do brasileiro Paquetá chocaram na disputa de um lance. Os dois jogadores ficaram a sangrar e só após quatro minutos é que foi reatada a partida, com ambos a recuperarem, embora o internacional português tenha sido obrigado a sair ao intervalo.
Quando a bola voltou a rolar, o Lyon jogou a todo o gás, com rápidas trocas de bola e com Paquetá a tocar a música de uma orquestra que procurava explorar a irreverência de Toko Ekambi e Moussa Dembelé, que baralhavam a organização defensiva dos portistas. Os dragões tiveram cerca de 20 minutos em grande dificuldade, uma vez que não conseguiam parar o ritmo dos franceses e, sobretudo, os passes em profundidade para as costas dos seus laterais.
Diogo Costa foi mesmo obrigado a intervir e, num dos lances, de forma fantástica, a parar o cabeceamento de Dembelé. Curioso é que começou aqui o ponto de viragem no primeiro tempo, com o FC Porto a responder de imediato com um belo remate em jeito de Vitinha, a obrigar Anthony Lopes a uma defesa difícil.
A partir daí, o FC Porto acertou os posicionamentos e conseguiu equilibrar. O jogo manteve-se a um ritmo elevado e com lances de perigo perto das balizas, com destaque para um remate de Pepê para grande defesa de Anthony Lopes e um falhanço incrível do Lyon, que até podia ter ido para o intervalo em vantagem, não fosse Dembelé e Ekambi terem falhado remates no mesmo lance.
O ritmo e o bom futebol da primeira parte permitiam pensar que após o espetáculo continuasse o intervalo. Mas ao FC Porto pedia-se mais atenção na forma como os franceses conseguiam depressa chegar à baliza, sobretudo pelas alas onde João Mário e Zaidu eram várias vezes surpreendidos por Ekambi e pelo lateral Doubois, respetivamente.
Ao intervalo, Sérgio Conceição teve uma enorme contrariedade pois foi obrigado a tirar do jogo o capitão Pepe, que foi fazer exames ao hospital por causa daquela pancada na cabeça, e promoveu a estreia de Rúben Semedo. O FC Porto até entrou bem com Taremi a rematar ao lado quando estava em boa posição. Só que, depois disso, os dragões apagaram-se.
O Lyon voltou ao registo da primeira parte, só que desta vez causando ainda com mais dificuldades à defesa portista. Dembelé e Paquetá estiveram perto de marcar, mas o golo acabou mesmo por aparecer aos 59 minutos, numa bela jogada de Ekambi, com Dembelé a oferecer a Paquetá o remate certeiro que bateu Diogo Costa. Inicialmente, o árbitro anulou por fora-de-jogo, mas a decisão foi revertida, e bem, pelo VAR, que seis minutos depois voltou a entrar em ação anulando um penálti assinalado pelo árbitro depois de a bola ter tocado no braço de Paquetá, num lance em que foi interpretado que se tratou de uma bola inesperada e, como tal, não intencional.
Esta sucessão de acontecimentos perturbou os dragões. E até Otávio viu o amarelo que o tira do jogo da segunda mão. Foi só depois de Sérgio Conceição ter lançado Toni Martínez e Fábio Vieira (80"), que o FC Porto voltou a ganhar alguma chama. Fábio Vieira e Galeno estiveram perto de marcar e o golo até apareceu no sexto minuto de tempo extra, mas o VAR descobriu Mbemba em fora-de-jogo e o lance foi anulado dos portistas.
Em França, na próxima semana (dia 17), FC Porto está obrigado a vencer por dois golos de diferença para conseguir o apuramento para os quartos-de-final.