Papa Francisco preocupado com a ameaça ao "pulmão de florestas"

A Amazónia vai ser o tema do próximo encontro de bispos, em outubro. O pontífice já afirmara que a desflorestação significa matar a humanidade.
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Uma salva de palmas dos fiéis presentes na Praça de São Pedro, no Vaticano, foi a reação às declarações do Papa Francisco sobre os incêndios que grassam na Amazónia. "Estamos todos preocupados pelos vastos incêndios que deflagraram na Amazónia. Rezemos para que, com o compromisso de todos, sejam dominados o mais rapidamente possível. Este pulmão de florestas é vital para o nosso planeta", disse o pontífice depois da oração dominical.

O Papa anunciou há dias que o próximo sínodo especial sobre a Amazónia é uma resposta da Igreja Católica a preocupações religiosas e ambientais, numa região decisiva para a sobrevivência da humanidade. "É uma situação de emergência mundial. Não é uma reunião de cientistas ou de políticos. Nasce da Igreja e terá missão e dimensão evangelizadora. Será um trabalho de comunhão conduzido pelo Espírito Santo", disse em entrevista ao La Stampa.

Sobre a Amazónia disse: "É um lugar emblemático e decisivo. Juntamente com os oceanos, contribui decisivamente para a sobrevivência do planeta. Muito do oxigénio que respiramos vem de lá. É por isso que a desflorestação significa matar a humanidade. E depois a Amazónia envolve nove estados, por isso não diz respeito a uma única nação. E penso na riqueza da biodiversidade amazónica, vegetal e animal: é maravilhosa".

A reunião de bispos foi anunciada pelo Papa a 15 de outubro de 2017 e vai refletir sobre o tema "Amazónia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral", de 6 a 27 de outubro deste ano.

"A ameaça à vida das populações e do território deriva dos interesses económicos e políticos dos setores dominantes da sociedade", sustenta Francisco, sublinhando que a desflorestação significa "matar a humanidade".

O tema voltou a ser referido no encontro de oração com peregrinos, esta manhã, num momento em que vários líderes internacionais e religiosos se têm manifestado sobre a vaga de incêndios na Amazónia.

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