Papa foi informado de queixas de conduta imprópria
O cardeal Keith O'Brien, chefe da Igreja Católica na Escócia, nega as alegações de três padres e um antigo padre que foram transmitidas a Roma uma semana antes da renúncia do papa, a 11 de fevereiro, informou hoje o jornal britânico The Observer.
"O papa foi informado do problema e o assunto está agora nas suas mãos", disse o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi aos jornalistas.
Os quatro queixosos, membros da Diocese de St Andrews e de Edimburgo, na Escócia, informaram o núncio apostólico no Reino Unido, o arcebispo Antonio Mennini, que O'Brien, de 74 anos, tinha cometido "atos impróprios" há 33 anos, segundo o jornal.
Um dos sacerdotes alega ter sido vítima das atenções não desejadas do cardeal e outro denuncia que O'Brien aproveitava orações noturnas para ter "contactos inapropriados".
Os padres, que exigem a demissão do cardeal, receiam que a sua denúncia não seja devidamente analisada se O'Brien for autorizado a deslocar-se a Roma para a escolha do papa.
A Igreja "tende a esconder e a proteger o sistema a qualquer custo", disse um dos queixosos citado pelo The Observer.
As tomadas de posição conservadoras sobre a homossexualidade por parte de O'Brien, que deverá aposentar-se no próximo mês, causaram a revolta da comunidade homossexual.
A organização de defesa dos direitos dos homossexuais, lésbicas e bissexuais Stonewall elegeu-o como "intolerante do ano" em 2012.