Papa encontrou-se em segredo com funcionária do Kentucky que recusa casar homossexuais
A funcionária judicial do Kentucky Kim Davis, que esteve cinco dias detida por ter recusado emitir licenças de casamento para casais homossexuais, encontrou-se em privado com o Papa Francisco em Washington, na quinta-feira, confirmou o Vaticano. David é cristã evangélica e, durante o encontro, falou com o Papa em ingês, abraçou-se e recebeu de Francisco um rosário.
"Foi um encontro entre o Papa e Kim Davis e o marido dela Joe para a encorajar. Foi uma oportunidade incrível para ela conhecer o Papa e para ele de encorajar uma pessoa que exerceu a sua fé e foi para a prisão por causa disso", indicou à Reuters o advogado Mat Staver, fundador da Liberty Counsel, firma de advogados que defende causas cristãs conservadoras.
Alegando objeção de consciência por causa das suas crenças religiosas, Davis deixou de emitir licenças de casamento em junho, quando o Supremo Tribunal dos EUA legalizou os casamentos entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Em setembro, foi detida.
"Ele disse-me antes de se ir embora: 'Mantenha-se forte.' Foi um grande incentivo", disse Davis à ABC, indicando que o seu encontro com Francisco "valida tudo".
"Foi uma espécie de murro no estômago", disse Nicholas Coppola, um católico nova-iorquino, em relação ao encontro entre o Papa e Davis. "Tinha muitas esperanças em relação a este Papa e esta foi a maior deceção", acrescentou.
"A notícia de que o Papa Francisco se reuniu em privado com Kim Davis é um balde de água fria na boa vontade que o pontífice conquistou durante a sua visita aos EUA", disse o diretor executivo do grupo de gays e lésbicas católico, New Ways Ministry. "O Papa Franciso precisa de indicar claramente qual é a sua posição em relação à inclusão de lésbicas, gays, bissexuais e trangéneros na Igreja e na sociedade", acrescentou Francis DeBernardo numa declaração à Reuters.