"É no Evangelho que os cristãos devem encontrar inspiração para as suas vidas diárias e para a sua participação nos assuntos do mundo, quer estejam no Parlamento ou na Bolsa de Valores", escreveu o Papa no seu artigo. ."Os cristãos não devem evitar o mundo, devem envolver-se nele. Mas o seu envolvimento nos assuntos políticos e económicos deve transcender todas as formas de ideologias", acrescentou Bento XVI..O Papa falou ainda das questões morais implicadas no mundo das finanças e da corrupção do dinheiro, lamentando os confrontos entre a ética cristã e as leis aprovadas pelos Parlamentos, nomeadamente quando se trata do casamento homossexual, do aborto ou da eutanásia..Na sua mensagem anual para o Dia Mundial da Paz, divulgada na semana passada, Bento XVI insistiu na objeção a muitas destas leis que considera contrárias à ética católica. ."Quando os cristãos se recusam a inclinar-se perante os falsos deuses hoje propostos, não é por causa de uma visão do mundo antiquada. É porque estão livres de constrangimentos ideológicos e inspirados por uma tão nobre visão do destino humano que não podem ceder perante nada que a desvalorize", acrescentou..A partir das célebres palavras do Evangelho: 'Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus', o Papa afirmou que as mesmas são um "aviso contra a politização da religião" e da "deificação do poder temporal", assim como de uma "insaciável busca por riqueza".. O artigo de opinião partiu da celebração do Natal, em tempos de austeridade, para refletir sobre o mundo e apelar a um compromisso dos cristãos na transformação do mesmo.