Pandemia evidenciou ainda mais a necessidade do novo hospital do Seixal
Os municípios responderam (e continuam a responder) em tempo real às necessidades de saúde pública consequentes do surto de covid-19. Foram as autarquias - a linha avançada do poder local - que, perante a insuficiência do Estado central em acudir com meios humanos e materiais, de forma a prevenir e estancar os efeitos da pandemia, deram uma resposta imediata em todo o país.
As autarquias funcionaram como verdadeiros substitutos do governo em diversas matérias, como no fornecimento à população de equipamentos de proteção individual e na construção de infraestruturas de apoio aos profissionais de saúde e utentes - ainda no passado dia 5 entrou em funcionamento no concelho do Seixal a Área Dedicada aos Doentes Respiratórios na Comunidade do Seixal, num investimento da Câmara Municipal do Seixal superior a 200 mil euros.
A Câmara Municipal do Seixal, a exemplo de outras autarquias, adotou uma série de medidas extraordinárias destinadas à contenção desta pandemia, alinhadas com as orientações da Direção-Geral da Saúde. Lançámos linhas de apoio social, apoiámos as instituições particulares de solidariedade social, com destaque para as que trabalham com idosos, apoiámos os bombeiros e a Cruz Vermelha, reforçámos o funcionamento dos serviços públicos essenciais do município e o apoio à cultura e ao desporto. Oferecemos a todos os munícipes mais de um milhão de máscaras cirúrgicas e reutilizáveis, reforçando essa doação a alunos, professores e auxiliares de educação das escolas do ensino básico e jardins-de-infância.
Contudo, e apesar de todo o esforço das autarquias e profissionais de saúde, há que referir que as insuficiências dos equipamentos de saúde que em todo o país já eram sentidas antes da pandemia se tornaram agora ainda mais evidentes. Falo, especialmente da necessidade do poder central de apetrechar o concelho do Seixal com uma unidade hospitalar. Desde 2001 que a Câmara do Seixal tem reivindicado a construção deste equipamento. Desde 2017 que a verba para a construção do hospital é inscrita no Orçamento do Estado. E desde essa data que aguardamos desenvolvimentos, mas ainda não se passou do papel à prática. Mas dos sucessivos governos só têm surgido adiamentos.
Além do hospital, o concelho do Seixal, com cerca de 170 mil habitantes, regista um défice de centros de saúde e a falta de médicos e de enfermeiros, com cerca de 40 mil utentes sem médico de família.
Neste início de 2021, pensamos no presente e no futuro. Pensamos que as palavras de ordem deste novo ano só podem ser esperança, confiança e superação. No concelho do Seixal, estaremos sempre com a população, não deixando de lutar por mais e melhores condições de acesso a cuidados de saúde a todos os níveis, pelo reforço do Serviço Nacional de Saúde e pela construção do hospital do concelho do Seixal.
Por fim, deixo uma palavra de agradecimento e apreço a todos os que estiveram e continuam a estar na linha da frente no combate à covid-19. Juntos vamos ganhar este combate pela vida e por um novo horizonte de esperança.
Presidente da Câmara Municipal do Seixal