Palpita-me que vai ser bom

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Lembram-se do Paul? Em 2010, porém, tivemos de levar com o polvo adivinho do Mundial da África do Sul, que "acertou" em todos os palpites: levou a Alemanha ao "colinho" até à final e depois passou-se para os espanhóis. Não foi longe na arte de Zandinga: morreu nesse mesmo ano, "aparentemente de causas naturais".

Estava, porém, aberta a caixa de Pandora. Ou melhor, a arca de Noé. Dois anos mais tarde, para o Europeu de 2012, Portugal teve um outro polvo, do Porto, "primo de Paul". Era Paulo. A sua carreira foi curta. Acertou à primeira: a derrota de Portugal com a Alemanha. E falhou à segunda: Portugal ganhou à Dinamarca, contrariando o oráculo. Resultado: o polvo reformou-se.

Mais obstinado parece ser Watson, o leão-marinho que fez as previsões para 2014. Ele está de volta para este Europeu francês.

Como vemos, nisto de futebol, nisto de alimentarmos sonhos e ultrapassarmos frustrações coletivas somos todos iguais. E o jornalismo também. Cá, como lá fora. O futebol é mesmo o ópio do povo e agora que a competição começou, aqui vamos estar um mês em delírio coletivo.

Há muitas horas de televisão e de rádio em direto para produzir, com romarias, bifanas e muitos portugueses eufóricos espalhados pelo mundo. Há muitas páginas de jornais e sites para preencher, com análises, teorias, comentários e muitas estórias.

O futebol é assim. Muito mais emoção do que razão. E é por isso que o meu coração não bate mais forte por causa das novas previsões científicas da Microsoft. O gigante tecnológico acaba de "dizer" que Portugal vai passar a fase de grupos com três vitórias. Tudo por causa de um algoritmo criado com base no histórico. Como se os algoritmos ganhassem jogos.

Venham os polvos, os leões-marinhos, os pinguins, as alheiras, as beterrabas. Venham daí esses palpites. A festa começou agora e só queremos acordar na final. Com uma vitória, se faz favor.

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