Pai de família francesa raptada surge em gravação áudio
Na gravação áudio obtida pela agência noticiosa francesa AFP ouve-se um homem, identificado como Tanguy Moulin-Fournier, alegadamente o pai da família raptada, a ler um curto comunicado em francês e em inglês, em que relata o sequestro da sua família.
Os três adultos e quatro crianças foram raptados a 19 de fevereiro por homens armados na reserva natural de Waza, no norte dos Camarões, tendo o carro da família sido encontrado abandonado já do lado da fronteira com a vizinha Nigéria.
Os radicais islâmicos do Boko Haram foram apontados pelas autoridades francesas como possíveis responsáveis pelo sequestro, encarado por Paris como uma possível retaliação à intervenção militar francesa no Mali, iniciada a 11 de janeiro.
No áudio, que segundo a AFP terá sido tirado de um vídeo, o cidadão francês explica que a sua família foi raptada pelo Jama'atu Ahlis Sunna Lidda'awati wal-jihad, o nome pelo qual o movimento extremista islâmico nigeriano Boko Haram pretende ser conhecido, e que quer dizer em árabe "Empenhados na Propagação dos Ensinamentos do Profeta e na Guerra Santa".
Tanguy Moulin-Fournier refere que as condições de cativeiro têm vindo a tornar-se cada vez mais difíceis, especialmente para os quatro filhos, entre os quais uma criança de quatro anos.
O cidadão francês repte as exigências já feitas num vídeo divulgado pelo grupo radical no serviço de partilha de vídeos YouTube, em que pede a libertação de prisioneiros nos Camarões e na Nigéria.
O governo dos Camarões confirma que os sete franceses (um casal, quatro filhos e um tio) foram levados para a fronteira com a vizinha Nigéria, mas garante desconhecer o seu paradeiro.
O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, reuniu-se no sábado com o Presidente da Nigeria, Goodluck Jonathan, na capital Abuja, para falar sobre os esforços que estão a ser desenvolvidos no terreno para libertar a família francesa.
Um dia antes, na sexta-feira, Laurent Fabius visitara os Camarões.
O grupo Boko Haram tem ligações à Al-Qaeda no Magrebe Islâmico e desde 2009 tem sido responsável por ataques violentos no norte e centro da Nigéria, tendo como alvos preferenciais os cristãos da região.