Pai atropela mortalmente a única filha
Uma menina de dois anos estava na praceta junto de casa, na Ericeira, quando, de repente, um carro que não viu a sua pequenez natural de criança, a colheu mortalmente. Tão ou mais dramática que esta morte antes do tempo, é o facto de o condutor do ligeiro de mercadorias que atropelou a criança ser o seu próprio pai.
O luto instalou-se no seio daquela família composta por pai, mãe e uma única filha. Tudo se desmoronou, na quarta-feira à noite, quando, pelas 20.30, o pai efectuava uma manobra que lhe tapava a visibilidade.
"Segundo algumas testemunhas, tratou-se de um acidente em que, ao efectuar uma manobra, o homem não conseguiu ver a filha, que acabou por atropelar", disse ao DN o comandante do Destacamento de Trânsito de Torres Vedras, o tenente João Amorim.
Alertados pelo 112 e um telefonema de um popular quase em simultâneo (pelas 20.36), também os Bombeiros Voluntários da Ericeira se deslocaram à localidade de Fonte Boa da Brincosa (Freguesia da Ericeira), onde se deu o atropelamento, com uma ambulância e três tripulantes. "Após a nossa chegada, veio uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que integrava um psicólogo para dar o apoio necessário aos pais", referiu Nuno Silva, comandante dos voluntários da Ericeira.
Segundo este responsável, "quando os meios de socorro chegaram, a menina estava já em paragem cárdio-respiratória, tendo o óbito sido declarado no local".
A criança foi transportada para a morgue do Hospital Distrital de Torres Vedras, onde o corpo foi ontem de manhã autopsiado. O funeral da menina realiza-se hoje.
Os militares da GNR recolheram testemunhos e vestígios no local, que servirão de base à investigação.