"Os veículos elétricos já se justificam economicamente"

Para explicar a estratégia da EDP Comercial para a mobilidade elétrica, Miguel Stilwell de Andrade destaca a expansão dos postos de carregamento rápido e anuncia para breve novidades inovadoras em matéria de carregamento em edifícios. O administrador garante que, em muitos casos, os veículos elétricos já compensam ao nível económico.
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Desde quando é que a EDP está envolvida em projetos de mobilidade elétrica?

A EDP Comercial está ativa nessa área desde 2014. Nessa altura lançámos uma oferta para clientes com veículos elétricos como a oferta de um ano de eletricidade, 10% de desconto à noite e também um posto de carregamento em casa. Iniciámos igualmente parcerias com 13 marcas automóveis para a promoção conjunta deste mercado.

Como tem evoluído esse processo a nível tecnológico? O que já mudou?

A principal evolução verifica-se ao nível da autonomia dos veículos, que era uma das principais barreiras à adoção dos veículos elétricos. Está a surgir também a necessidade de potência de carregamento superior e é assim que se têm expandido os postos de carregamento rápidos e semirrápidos. Outro desafio é encontrar uma solução simples para o carregamento em condomínios e estamos a trabalhar numa solução inovadora.

Qual é a implantação dos postos de carregamento elétrico a nível nacional?

Em espaços públicos, a EDP Comercial tem apostado principalmente na instalação de postos de carregamento rápidos em locais estratégicos para facilitar as deslocações longas por todo o país. Também tem sido feito um esforço internamente com a instalação de postos lentos e semirrápidos nas instalações do grupo para carregamento das frotas e veículos de colaboradores. Além disso, temos postos de carregamento instalados em casas e empresas de clientes.

Quantos postos de carregamento rápido têm e onde estão colocados?

Temos apostado em autoestradas, em parceira com a Repsol, e no centro de algumas cidades. Até à data temos instalados dez postos de carregamento rápidos, dos quais quatro na A1, para facilitar a ligação entre Lisboa e o Porto, e os restantes em Aveiro, Évora, Lisboa, Valença, Viana do Castelo e Vila Real. Desde o início do ano, os dez postos de carregamento rápidos já totalizaram cerca de 11 mil carregamentos e 122 MWh de energia fornecida.Temos previsto instalar, para muito em breve, mais três postos de carregamento rápidos em autoestradas, numa parceria com a Repsol.

Qual o investimento nesta rede de equipamentos?

O investimento na mobilidade elétrica vai muito para lá da infraestrutura de carregamento, que envolve investimentos relevantes. Temos investido na comunicação das soluções de mobilidade e dinamizado eventos em parceria com as marcas automóveis para divulgar os veículos elétricos. Especificamente na rede de postos de carregamento rápidos, temos a parceria com a Repsol há mais de um ano, da qual já resultaram cinco postos de carregamento rápido.

Quais as principais limitações à mobilidade elétrica?

Costumam ser apontados o investimento inicial na compra do carro, a autonomia e as soluções de carregamento tanto em casa como on going, algo que a evolução do mercado alterará. No entanto, já hoje, em muitas situações, os veículos elétricos justificam-se economicamente, tendo em conta os baixos custos de operação e a autonomia existente ser suficiente para o perfil típico de deslocações diárias.

Como é que a legislação portuguesa compara com outros países da União Europeia ao nível da regulação e dos incentivos?

O modelo adotado em Portugal foi desenhado de forma a ter uma rede totalmente integrada, envolvendo vários agentes. Daqui resultam fluxos complexos tanto pela insipiência do mercado como, também, por falta de experiência sobre o que resulta ou não. Acresce que a mobilidade encontra-se ela própria em grande redefinição.Na Europa está a verificar-se um grande dinamismo de expansão das redes de carregamento com vários investimentos relevantes neste âmbito. Esperamos que o mercado português evolua nesse mesmo sentido.

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