Os “trumpistas” da Segurança Social

A atitude da direita conservadora quanto ao clima encontra um simétrico na esquerda radical quando o assunto é a Segurança Social.
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As provas das alterações climáticas e do aquecimento global, em particular, são arrasadoras. E assustadoras. Mesmo os céticos de mentalidade aberta à ciência, poderão invocar dúvidas (“há muita incerteza; não é claro se será um grande problema”) mas, no fim, reconhecem que, se o pior dos cenários se concretizar, a perda (no limite a extinção da espécie humana) é demasiado grande para que se corra o risco de nada fazer. O negacionismo fica, assim, circunscrito a um grupo, ainda muito grande e poderoso, em que a ignorância ou o interesse, ou os dois conjugados, fazem prevalecer o imediatismo, a visão hedonista do estrito curto prazo. Trump é o epígono desta atitude. Na falta de argumentos baseados em dados, arregimentam alguns “peritos” que não têm pejo de construir narrativas fantasiosas, antecipando reduções drásticas das emissões, ou poupança de recursos na produção, etc.. Cenários idílicos que, mesmo que a ordem natural das coisas (no caso deles, o funcionamento do mercado) levasse à sua concretização, seria sempre tarde demais. As alterações climáticas têm de ser geridas, por oposição à inércia expectante, sem catastrofismo, abertos à possibilidade de as novas tecnologias, as evoluções de hábitos, prioridades e valores poderem mitigar os problemas (oxalá!) e justificar ajustamentos nas políticas.

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