Os melhores do debate de ontem: Marisa e Belém

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Ontem, o debate entre todos os candidatos presidenciais foi marcado pela questão das subvenções vitalícias dos políticos. As duas únicas candidatas tiveram a melhor prestação da noite. Belém, por não ter ido. Marisa, por se indignar. Uma, porque se safou da vergonha de ser uma dos 30 deputados que pediram para o Tribunal Constitucional os livrar da austeridade que calhou a todos os portugueses. Outra, porque tirou partido de não ter o tal privilégio. O PS e o PSD estão cheios, porque sempre foram grandes e o seu tamanho vem de longe, de políticos com subvenções vitalícias que se podiam acumular por inteiro com outros rendimentos. Era um privilégio dado (autodado, porque votado pelos beneficiados) para quem tivesse passado pelo governo ou pelo Parlamento durante só 8 anos (e, depois, 12). A partir de 2005, acabou-se essa indecente regalia - mas mantendo-se com ela os antigos, pelo direito adquirido. E, nos últimos anos, o subsídio foi suspenso, ou puseram-lhe condições em nome da austeridade geral. O TC, invocado pelos deputados "espoliados", repôs agora a subvenção. Entretanto, surgira no Parlamento o Bloco de Esquerda, um partido virgem dessa benesse porque chegou tarde para poder beneficiar dela. Nada como a pureza coletiva, sem mácula aqui e ali (como os "outros" têm), para se poder falar grosso. E, o que mais é, em tom sincero. Domingo, já se poderá ver como as expectativas de Belém e Marisa foram marcadas por isto.

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