"Os bairros estavam desertos"

O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, Luís Menezes Leitão, acredita que alojamento local afeta apenas dois bairros em Lisboa
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Foi lançada uma petição pelo direito de morar em Lisboa. É assim tão difícil?

Devo dizer que parece haver um grande erro de perspetiva. As dificuldades que de facto existem para morar em Lisboa, como a questão do alojamento local, tem expressão em dois bairros de Lisboa e num do Porto e são bairros que estavam desabitados. Vê-se por vezes alguma reação contra o alojamento local, mas a verdade é que tem trazido emprego a esses bairros, que estavam completamente desertos.

Há a questão das rendas altas.

Quando à situação das rendas tem havido uma subida, até mais no preço de venda do que no âmbito do arrendamento. O setor imobiliário tem sofrido com a desconfiança do governo em relação ao arrendamento, prorrogação dos contratos, os aumentos do IMI. São coisas que estão a afetar o setor imobiliário. Se se recordar a partir de 2012 as rendas começaram a cair no preço. Quando se recuou na liberalização das rendas, em 2014 criou-se uma desconfiança do mercado. Concordamos que é preciso repovoar Lisboa que tem neste momento a mesma população que tinha na década de 1920.

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E como se faz esse repovoamento?

Não há propriamente vontade das próprias pessoas em ocupar zonas de Lisboa porque estas estão a perder condições, como a perda de estacionamento com estas obras. E não estou a referir ao centro da cidade. Mesmo noutras zonas.

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Mas o preço das rendas e das casas não está inflacionado?

Com certeza. Mas o turismo não é o fator determinante. A subida de rendas tem a ver com a desconfiança das medidas e impostos sobre o imobiliário. Só se pode fazer face a isto subindo o valor das rendas.

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Os proprietários preferem arrendar a estrangeiros?

Com a lei que prorrogou os contratos, houve muita gente que preferiu arrendar a estrangeiros. Não quer dizer que se pague mais, apenas que se espera que não fiquem para sempre.

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