Orlando Terranova vence nos carros. Prova de motas neutralizada

Orlando Terranova concluiu os 346 quilómetros cronometrados com o tempo de 3:06.45 minutos. Daniel Sanders venceu nas motas.
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O argentino Orlando Terranova (BRX) venceu esta sexta-feira a sexta etapa dos carros da 44.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno, disputada em Riade, na Arábia Saudita, num dia em que o qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota) reforçou o comando e em que a prova das motas foi neutralizada ao ao quilómetro 101.

Terranova concluiu os 346 quilómetros cronometrados com o tempo de 3:06.45 minutos, deixando o sueco Mathias Ekstrom (Audi) no segundo lugar, a 1.06 minutos, com o saudita Yazeed Al Rajhi (Toyota) em terceiro, a 1.49 minutos.

O francês Sébastien Loeb (BRX) sentiu dificuldades durante a etapa e perdeu 21.31 minutos, baixando ao terceiro lugar, por troca com Al Rajhi, que é, agora, segundo classificado, a 50.19 minutos do qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota).

Loeb é o terceiro da geral, a 50.25 minutos do líder.

O dia voltou a não correr bem ao espanhol Carlos Sainz (Audi), que contou novamente com a ajuda do francês Stéphane Peterhansel (Audi), depois de ter ficado parado durante a especial.

Os pilotos beneficiam, no sábado, de um dia de descanso.

O australiano Daniel Sanders (Gas Gas) venceu a sexta etapa das motas, que foi encurtada de 404 para 101 quilómetros devido ao "mau estado da pista".

Sanders gastou 51.43 minutos até ao primeiro ponto de abastecimento, onde a etapa foi neutralizada, chegando com 2.26 minutos de vantagem sobre o seu companheiro de equipa e líder da geral, o britânico Sam Sunderland (Gas Gas).

O austríaco Mathias Walkner (KTM) foi terceiro, a 2.36 minutos.

Na quinta-feira, pela primeira vez na história da prova, os automóveis e as motas enfrentaram percursos diferentes, trocando entre si no dia de hoje.

Mas a passagem dos concorrentes dos automóveis e camiões e as chuvas que afetam aquela região da Arábia Saudita tornaram intransitável o percurso que as duas rodas deveriam percorrer hoje.

Assim, a organização optou por neutralizar a etapa no primeiro ponto de abastecimento, ao quilómetro 101, depois de muitas queixas dos pilotos das duas rodas relativas à segurança.

O piloto do Botsuana Ross Branch (Yamaha) foi um dos apanhados nas armadilhas do traçado, desistindo após queda que lhe provocou lesões na mão direita. Foi transportado aos serviços médicos do acampamento pela organização.

Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) fechou o dia como melhor português, na 10.ª posição das duas rodas, a 4.29 minutos do vencedor.

Rui Gonçalves (Sherco) foi 17.º, a 06.05 minutos e António Maio (Yamaha) 20.º, a 7.07 minutos.

Na geral, Sam Sunderland tem, agora, 2.39 minutos de vantagem sobre Mathias Walkner e 5.35 sobre Daniel Sanders, que ascendeu ao terceiro lugar.

Joaquim Rodrigues Jr. é 18.º, a 1:05.5 horas enquanto António Maio é, agora, 23.º, a 1:28.33 horas, e Rui Gonçalves 32.º, a 2:20.08 horas.

Enretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês disse esta sexta-feira que foi ponderada a hipótese de cancelar o rali Dakar-2022 na Arábia Saudita depois da explosão que atingiu um veículo, possivelmente relacionada com um "ataque terrorista".

"Achámos que talvez valesse a pena desistir do evento desportivo (...). Os organizadores decidiram continuar", declarou Jean-Yves Le Drian à BFMTV e na rádio RMC.

"Nestes casos, é preciso ter muito cuidado, pelo menos colocar em prática dispositivos de proteção suficientes e reforçados. Acho que eles [organizadores] fizeram isso, mas em qualquer caso a questão permanece sem resposta", disse.

O chefe da diplomacia francesa alertou que "pode ter havido um ataque terrorista contra o Dakar", pedindo às autoridades sauditas que "sejam o mais transparentes possível".

A explosão que atingiu o carro em 30 de dezembro em Jeddah, a segunda maior cidade da Arábia Saudita, feriu gravemente o motorista, o francês Philippe Boutron.

As autoridades sauditas descartaram no sábado um ato criminoso para explicar o que chamaram de "acidente".

No entanto, desde o início que "a hipótese de ato criminoso" "não foi descartada" e que "a ameaça terrorista persiste na Arábia Saudita".

"Dissemos aos organizadores e às autoridades sauditas que tínhamos de ser muito transparentes sobre o que acabava de acontecer, porque havia hipótese de que poderia ser um ato terrorista", observou Jean-Yves Le Drian.

"Já houve atos terroristas na Arábia Saudita contra os interesses franceses", observou.

Em outubro de 2020, um ataque com faca feriu um guarda do consulado francês em Jeddah. Duas semanas depois, um atentado na mesma cidade teve como alvo uma cerimónia para assinalar o aniversário do armistício de 11 de novembro de 1918, na presença de diplomatas ocidentais, especialmente franceses, causando dois feridos.

O Rali Dakar começou no dia 31 de dezembro.

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