OEA aprova resolução que permite suspensão da Venezuela

Maduro acusa os EUA de controlarem máfias e tentarem reduzir a produção petrolífera estatal.
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A Assembleia-Geral da Organização de Estados Americanos (OEA) aprovou hoje uma resolução sobre a situação venezuelana que abre caminho à suspensão do país.

A aprovação teve lugar com 19 votos a favor, quatro contra e 11 abstenções, informou a OEA na conta oficial da rede Twitter.

O documento reiterou o não-reconhecimento das eleições presidenciais antecipadas de 20 de maio, nas quais Nicolás Maduro foi reeleito para um novo mandado (2019-2025).

Por outro lado, a mesma resolução pediu o Governo venezuelano permita a abertura de um canal de entrada de alimentos e medicamentos no país.

O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, declarou já que a aprovação desta resolução é "uma fraude de forma e de fundo" e que "em teoria dá carta branca aos EUA para continuarem a atacar e a interferir na Venezuela".

Segundo a imprensa venezuelana, uma vez convocada a reunião extraordinária são necessários 24 votos a favor, de um total de 35 dos Estados-membros para suspender a Venezuela da OEA.

Maduro ataca EUA

O presidente da Venezuela acusou os EUA de terem controlado máfias de corrupção, desarticuladas pelo Ministério Público venezuelana, que tentaram reduzir a produção da petrolífera estatal.

Maduro disse ter "provas de um processo de penetração, de filtração, através dos corruptos da embaixada dos EUA (em Caracas), em posições-chave na indústria petrolífera, para gerir informações estratégicas e intervir em processos fundamentais na indústria".

O chefe de Estado venezuelano falava num encontro com funcionários do setor, na sede da empresa estatal Petroléos de Venezuela SA (PDVSA), em Caracas, vincando que a empresa deve realizar uma reestruturação para melhorar a capacidade de produção.

"Muitos dos corruptos, agora já presos, colaboraram ativamente para um processo de autodestruição de nossa indústria petrolífera (...) precisamos saber onde e como aconteceu para arrancar isso pela raiz", declarou, no encontro transmitido pela televisão estatal venezuelana.

Segundo o presidente da Venezuela, a PDVSA tem uma infiltração "de ladrões", que tentaram usar a empresa para benefício pessoal.

"Temos que fazer uma revolução dentro da PDVSA e essa revolução só pode ser feita pelos trabalhadores, pela classe trabalhadora, pelos profissionais. Entrego-vos o poder nas mãos para fazer uma revolução produtiva e uma transformação socialista da PDVSA", afirmou.

Por outro lado, Maduro defendeu "um novo modelo de gestão, de organização, em que a classe operária tenha o poder de decisão".

"Quero o socialismo petrolífero", declarou Maduro, que autorizou, através do código de ética, os trabalhadores a procederem a uma transformação da indústria petrolífera venezuelana.

Nos últimos 12 meses, mais de 60 empregados da PDVSA foram detidos pelas autoridades venezuelanas por alegadas irregularidades administrativas e alegado envolvimento em corrupção e desfalques na empresa.

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