Ordem dos Médicos vai investigar médico de Torres Vedras

O bastonário da Ordem dos Médicos anunciou hoje que o organismo a que preside vai abrir um processo de investigação ao médico que se terá disponibilizado para um aborto ilegal num hospital em Torres Vedras.
Publicado a
Atualizado a

José Manuel Silva falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa conjunta com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos(FNAM), na qual foi convocada uma greve para os dias 11 e 12 de julho.

Questionado sobre o que a Ordem dos Médicos iria fazer em relação a este médico, o bastonário disse ter tido conhecimento do caso pela comunicação social.

"É demasiado grave, terá de ser objeto de uma auditoria do Ministério da Saúde e da Ordem dos Médicos para ver o que correu mal", disse.

"Esperamos que este caso seja - e será pela nossa parte - devidamente analisado e que se apliquem as penas que sejam justas", adiantou.

Na terça-feira, a RTP noticiou que um ginecologista, a prestar serviço na urgência do Centro Hospitalar de Torres Vedras, é suspeito de efetuar abortos ilegais a troco de dinheiro, após a denúncia de uma mulher.

A televisão pública transmitiu uma conversa mantida no respetivo consultório entre o médico e a jornalista, fazendo-se passar por grávida, no âmbito de uma investigação jornalística.

Na conversa, o ginecologista informa-a de que a pode ajudar a fazer uma interrupção voluntária da gravidez, caso se desloque à urgência do hospital e se inscreva para ser assistida sob o pretexto de estar a perder sangue para ser atendida.

Em troca, o médico pediu entre 350 a 400 euros para efetuar o aborto.

O bastonário aproveitou hoje para apelar aos médicos nas urgências para trabalharem integrados em equipa e em carreiras e disse que este é um exemplo do que pode acontecer com o recurso a médicos que não têm vínculo às unidades de saúde.

O recurso a médicos através de empresas privadas foi precisamente o objeto desta conferência de imprensa, durante a qual foi anunciada uma greve de dois dias contra o concurso público para a celebração de contractos públicos de aprovisionamento para a área da saúde, com vista à prestação de serviços médicos às instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O critério do "mais baixo preço" para a contratação de 2,5 milhões de horas de serviços de saúde mereceu o repúdio das três organizações de médicos.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt