Orçamento: PCP quer que Governo "vá mais longe"

Na abertura da festa, Jerónimo de Sousa regista "novos avanços" como "o mínimo de existência" admitido pelo executivo socialista. E pede "controlo público" da PT
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reconheceu esta sexta-feira à tarde os "novos avanços" em matéria de Orçamento do Estado "como o do mínimo de existência", "que o Governo veio agora admitir", repondo assim "a proteção fiscal dos salários e pensões de mais baixo valor". "É um passo", argumentou o líder comunista, que o PCP quer "que vá mais longe".

Falando na abertura da festa do Avante!, Jerónimo de Sousa avisou desde logo o executivo socialista, para o debate do Orçamento do Estado, que se segue às eleições autárquicas: "Valorizamos esses avanços mas não nos podemos iludir ou deixar anestesiar." E recordou que há mais vida para lá do défice. "Outros défices mais importantes exigem opções e um outro rumo e prioridade, particularmente o défice estrutural da produção nacional", disse.

Esta foi também a deixa para atacar o "capital monopolista" que tem levado a cabo um "processo de destruição da PT", "em benefício da multinacional Altice" (e aqui ouviram-se apupos), com o secretário-geral do PCP a exigir "o controlo público da PT". E Jerónimo anunciou que a bancada comunista entregou esta sexta-feira no Parlamento um projeto-lei que "clarifica e reforça a defesa dos direitos dos trabalhadores em caso de transmissão de empresa ou estabelecimento". Ou seja, como disse o líder do PCP, usar "todos os mecanismos existentes na atual legislação" para melhor proteger os trabalhadores.

Jerónimo de Sousa criticou ainda a "ação concertada de várias empresas" que tentam "fazer o assalto aos horários de trabalho e eliminar o avanço civilizacional do sábado como dia de descanso". Uma referência à Autoeuropa, que no entanto não foi nomeada explicitamente, ao contrário da PT/Altice. "É possível encontrar soluções que respeitem os direitos dos trabalhadores e assegurem o desenvolvimento da produção".

A um mês das eleições autárquicas, o líder comunista sublinhou que, enquanto era montada a festa, o PCP preparou e concretizou "milhares de candidaturas" para as autarquias. E esta festa do Avante! é o momento "para dar força e confiança nesta batalha exigente" porque, defendeu, "a CDU faz falta no plano local". Mas também no nacional. Daí os avisos deste discurso. No final, Jerónimo declarou aberta a 41ª edição da festa.

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