Oposição faz balanço negativo aos dois primeiros anos

Os partidos da oposição no Parlamento dos Açores fizeram um balanço negativo dos dois primeiros anos do atual Governo Regional e de 18 dos executivos socialistas consecutivos. A região tem "os piores indicadores sociais do país".
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Em resposta a este balanço o PS e o Governo Regional sublinharam que os apoios às famílias têm sido reforçados nos Açores, por contraposição ao que acontece na República, onde se sucedem os cortes salariais e nas prestações sociais.

O debate desta quarta feira surgiu por iniciativa do Bloco de Esquerda (BE), que agendou uma interpelação ao Governo Regional sobre "a situação económica e social" na região autónoma para o plenário de julho do parlamento açoriano, que decorre esta semana na Horta.

Este debate arrancou com uma intervenção inicial de Paulo Mendes, do BE, que foi considerada "extensa" e "sobre tudo e sobre nada" pelo executivo regional e deputados da oposição.

Todos os partidos da oposição (BE, PCP, CDS-PP, PPM e PSD) referiram os números do desemprego, da educação ou dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) para concluir que, passados 18 anos de "socialismo açoriano", a região tem dos piores indicadores nacionais nestas áreas.

"É verdade que não podemos isolar os Açores do restante país e, já agora, da Europa (...), mas também é verdade que, considerando as nossas prerrogativas autonómicas, podíamos e devíamos fazer diferente", disse Paulo Mendes, do BE.

João Bruto da Costa, do PSD, questionou mesmo "para que serve o Governo dos Açores", concluindo, a par de Paulo Estêvão, do PPM, que "tem servido" para "servir as clientelas do PS".

Félix Rodrigues, do CDS, considerou que o Governo Regional "terá de se reinventar" e de "dialogar com os parceiros políticos e sociais", sob pena de os resultados da governação socialista nos Açores se vir a traduzir no "fracasso da autonomia".

O líder do PCP/Açores, Aníbal Pires, considerou que "há responsabilidades" do Governo Regional na situação social dos Açores, apelando ao executivo para "arrepiar caminho" e ter "a coragem de romper" com as opções políticas dos últimos anos.

O vice-presidente do Governo Regional, Sérgio Ávila, responde à oposição garantindo que o executivo tem feito e continuará a fazer tudo para apoiar as famílias e as empresas da região, apesar dos "constrangimentos" externos, pois é justamente com o executivo regional que os açorianos "têm contado" para enfrentar as dificuldades atuais e que resultam, em boa parte, de medidas impostas pelo Governo nacional.

Vários deputados do PS apoiaram estes argumentos, apresentando dados relacionados com o aumento dos apoios sociais na região e do investimento na rede social das ilhas, por contraposição ao que tem sido feito pelo Governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho.

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