A petição discutida hoje na Assembleia da República foi lançada pela Junta de Freguesia de Grândola (CDU) e conta com mais de quatro mil assinaturas, para exigir o funcionamento do SAP 24 horas por dia e a colocação de pessoal médico e enfermeiros necessários. Também o PCP apresentou uma proposta de resolução hoje no Parlamento no mesmo sentido da petição. Os comunistas lembraram que "a saúde é um direito e não pode ser negada às populações, num concelho com dificuldades nos transportes e com população idosa, há a necessidade de um cuidado de proximidade", apelando, assim, a que o Governo "avance com medidas concretas para reabrir o SAP e o Posto Médico do Canal Caveira"..O Bloco de Esquerda (BE) disse que "o concelho de Grândola está sem acesso a um serviço de urgência básico" e recordou que "a população do concelho tem de se deslocar cerca de 30 quilómetros ao Hospital do Litoral Alentejano", salientando que, por isso, "não estão asseguradas as garantias básicas do acesso ao serviço de saúde". O PSD disse que "perante uma situação de emergência, os utentes de Grândola encontram uma porta fechada", criticando a situação porque "a decisão de encerrar o SAP foi tomada depois de um acordo que prometia o seu funcionamento das 09.00 às 24.00". "Em sete dias apenas quatro cumprem o horário até à meia-noite. Nos outros dias não cumpre serviço, encerrando às 17.00", denunciaram os sociais-democratas..Além da "população cada vez mais envelhecida", da "dificuldade ao nível dos transportes", o CDS-PP salientou, por sua vez, a sazonalidade da região: "No fim-de-semana ou férias a população naquela zona pode triplicar. Fechar-se com tudo é uma inconsciência, não tem a ver com a realidade", disseram os centristas. Este partido admitiu "lançar um projecto de resolução que recomende ao Governo suspender o encerramento dos SAP por todo o país sem que se proceda a estudos e protocolos que dêem conta da racionalidade desses postos e das suas alternativas". Perante os apelos da petição e recomendações e as críticas da oposição, o PS lembrou os "investimentos no centro de saúde de Grândola" e "o grave problema da falta de meios humanos na saúde". "Esse problema não pode ser imputado ao PS nem ao Governo. É um problema que tem anos", disseram os socialistas.