Operações policiais nas Filipinas resultam na morte de 32 alegados criminosos num só dia
A polícia filipina informou esta terça-feira que pelo menos 21 suspeitos de crimes morreram em operações antidroga, no norte do país, efetuadas nas últimas 24 horas. Segundo a AFP, foram mortas 32 pessoas.
Este é o número mais elevado de mortes de alegados criminosos num só dia, desde que o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, chegou ao poder em junho do ano passado.
O superintendente Romeo M. Caramat Jr. disse que as operações na província de Bulacan, efetuadas nas últimas 24 horas, causaram 21 mortos e resultaram na detenção de 64 pessoas.
A polícia afirmou que os suspeitos resistiram à detenção, recorrendo a armas.
A operação foi a mais sangrenta da "guerra antidroga" iniciada há um ano pelo Presidente, que já felicitou as autoridades.
"Foi algo magnífico", disse o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, numa referência à operação na província de Bulacan, a norte de Manila, que permitiu também deter 107 pessoas por delitos alegadamente relacionados com as drogas.
"Se pudéssemos matar 32 outras pessoas por dia, poderia reduzir-se" o flagelo que afeta o país, acrescentou.
Os agentes mataram os 32 suspeitos e detiveram outros 107 numa operação antidroga executada entre segunda e terça-feira nesta província de 3,3 milhões de habitantes a norte de Manila, informou a polícia regional de Bulacan em comunicado.
Na operação, as autoridades apreenderam 367 sacos de uma droga química chamada shabu (cloridrato de metanfetamina), com um valor estimado em 1,17 milhões de pesos (19.800 euros).
Nas casas dos suspeitos foram ainda encontrados 765 gramas de marjuana, duas granadas, 34 armas de fogo de diversos calibres e 114 balas.
O elevado número de mortos num tão curto intervalo de tempo não tem precedentes, mesmo tendo em conta que a "guerra contra as drogas" de Duterte já provocou 3.451 mortes em operações policiais deste género em todo o país, segundo dados oficiais.
"No passado realizámos operações de larga escala, mas este foi o maior número de pessoas mortas numa só operação", confirmou em conferência de imprensa Romeo Caramat, diretor da Polícia Nacional.
A Polícia de Bulacan justificou a operação argumentando que os suspeitos assassinados eram "notórios delinquentes dos que preferem lutar até à morte do que ser apanhados vivos", pelo que os agentes "não tiveram outro remédio" senão disparar a matar.
Classificou ainda a operação como um êxito para as autoridades na sua "luta implacável contra as drogas e armas ilegais".
Calcula-se que mais de 7.000 pessoas tenham morrido desde que começou a controversa campanha de Duterte, já que, aos abatidos pela polícia somam-se as vítimas de patrulhas de moradores e outros homicídios facilitados pelo clima de impunidade.
A "guerra contra as drogas" de Duterte tem sido criticada por organizações internacionais, que acusam o Presidente filipino de violar direitos humanos.
Duterte garante que continuará a campanha até erradicar o narcotráfico e o crime do país de 100 milhões de habitantes.
[Notícia atualizada às 16 horas de 16 de agosto: declarações de Rodrigo Duterte]