Os 250 anos do nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart, que passam aos 26 de Janeiro de 2006, e a estreia da segunda ópera da compositora finlandesa Kaija Saariaho (n. 1952) são os principais destaques da programação da Ópera de Paris para a próxima temporada, desdobrada entre o fausto do Palais Garnier e a modernidade da Opéra-Bastille..A efeméride mozartiana motivou Gérard Mortier, director artístico da ópera parisiense, a convidar três ilustres encenadores para novas produções das três óperas de Mozart com libreto de Lorenzo da Ponte Così Fan Tutte, As Bodas de Figaro e Don Giovanni. Assim, a primeira caberá a Patrice Chéreau, a segunda ao realizador de cinema austríaco Michael Haneke (A Pianista), enquanto que Christoph Marthaler - a quem cabe a nova encenação do Tristão e Isolda a estrear em Bayreuth lá para o Verão - se encarregará do dissoluto punito, cuja estreia coincide com o dia natalício de Mozart..Já a nova ópera de Kaija Saariaho, uma das mais interessantes vozes da música contemporânea, é o retomar duma amizade há cinco anos, em Agosto, estreava em Salzburgo a ópera L'amour de loin primeira obra deSaariaho, encomenda do Festival, dirigido então por Gérard Mortier. Agora, com Mortier à frente da Ópera de Paris, a nova Adriana Mater tem estreia marcada para 30 de Março de 2006, na Bastilha..O libreto é novamente de Amin Maalouf, mas em vez do século XII trovadoresco da primeiro ópera, esta situa-se num passado muito recente a guerra na ex-Jugoslávia e o drama das mulheres bósnias muçulmanas e dos filhos que geraram fruto de violações por parte das milícias sérvias. O mediático encenador Peter Sellars repete, também ele, a colaboração com a compositora, ao passo que a direcção musical estará na mão de Esa-Pekka Salonen..Outras novas produções da Ópera de Paris incluem O Amor das Três Laranjas, de Prokófiev, L'Elisir d'Amore, a Iphigénie en Tauride, de Gluck, O Nariz de Shostakovitch, o Cardillac de Hindemith e Simão Boccanegra.