ONU pede libertação de presos políticos no Sudão do Sul

A ONU, através do seu secretário-geral e do Conselho de Segurança, pediu hoje ao presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, para libertar os presos "políticos" detidos no início dos confrontos no país em meados de dezembro.
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"Telefonei ontem (quinta-feira) mais uma vez ao presidente Salva Kiir e exortei-o a mostrar flexibilidade e liderança, libertando imediatamente os presos políticos", afirmou hoje o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

"O Sudão do Sul está numa encruzilhada, esta crise só pode ser resolvida com negociações e exorto os dois lados a negociarem de boa-fé", adiantou.

O governo sul-sudanês e os rebeldes partidários do antigo vice-presidente Riek Machar iniciaram na segunda-feira negociações, mas os segundos continuam a insistir na libertação dos detidos próximos da rebelião, presos nos primeiros dias dos combates.

A delegação rebelde apresentou a questão como uma exigência prévia ao cessar-fogo, o que Juba recusa, defendendo que os detidos devem ser julgados normalmente.

Enquanto decorrem as negociações, o governo sul-sudanês recuperou hoje Bentiu (norte), importante zona petrolífera e uma das duas capitais regionais que estavam nas mãos dos rebeldes.

Ban anunciou que um dos seus adjuntos encarregado dos direitos humanos, Ivan Simonovic, se "vai deslocar este fim de semana ao Sudão do Sul para fiscalizar os casos de violação" destes direitos.

A ONU quer reforçar o seu dispositivo de avaliação no local, para "recolher provas" dos abusos cometidos. Os responsáveis pelos abusos "devem prestar contas", insistiu Ban.

O Conselho de Segurança divulgou hoje uma declaração unânime, pedindo às duas partes para "pararem imediatamente os combates e iniciarem um diálogo".

Os 15 países membros do conselho pedem também a Salva Kiir para "libertar todos os responsáveis políticos atualmente detidos a fim de se criar um clima propício ao diálogo" e "exigem que parem imediatamente as violações dos direitos humanos, sublinhando que os responsáveis deverão ser responsabilizados".

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