O ano escolar começou na perfeição? Não. Ainda assim, os problemas foram em número reduzido e rapidamente resolvidos? Não. Então o que se passa para os sindicatos estarem tão caladinhos? A paz social que hoje vivemos, muito melhor do que no tempo dos outros senhores, é "comprada" e não adere à realidade. Os sindicatos da CGTP, do mais profissional que existe neste país, não dão ponto sem nó. Inteligentes, recuam enquanto recuperam influência para poderem contra-atacar quando tiverem a faca e o queijo na mão..Tudo contestou a Fenprof de Mário Nogueira, quando não faziam parte da solução. Tudo parecem aceitar, agora que interesses maiores se levantam..Vamos ver já nesta semana, quando houver uma reunião da concertação social e o governo puser em cima da mesa dossiês que são ganhos claros para a CGTP. A começar pela renegociação dos contratos coletivos e da caducidade dos mesmos que, agora, sem novos acordos, remete para a lei geral e, no futuro, vai fragilizar o poder negocial dos empresários. Uma negociação do Orçamento não se faz apenas sobre o deve e haver das contas do Estado, também se joga nestas negociações paralelas..Num país a precisar urgentemente de concertação, confirma-se que direita e esquerda são demasiadas vezes sinónimo de defesas corporativas. Raramente é o cidadão comum o objeto de interesse do exercício do poder. Importa mais à direita defender as corporações empresariais e à esquerda as corporações sindicais. A resposta do lado contrário, percebe-se, é idêntica. Anda Portugal, para os patrões, no melhor dos mundos quando a direita está no poder e no melhor dos mundos se encontra, para os sindicatos, quando o poder é da esquerda..A educação dos nossos filhos é coisa séria de mais para estar sujeita a estes caprichos. Já não era suposto haver problemas um mês depois da abertura do ano escolar, mas há. E há, por parte dos sindicatos, um silêncio que os devia envergonhar. Não quero esquecer este tema, porque tenho vergonha alheia. Ainda me lembro de que o verdadeiro emplastro televisivo era Mário Nogueira, que aparecia a protestar onde quer que fosse o primeiro-ministro. Alguém sabe onde ele para?