OMS e Guterres criticam ataques de Trump. "Agora é a hora da unidade"

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde pede aos líderes políticos para não politizarem a pandemia. António Guterres também saiu em defesa do organismo de saúde das Nações Unidas. Trump é o principal visado.
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O líder da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu esta quarta-feira aos líderes mundiais que parem de politizar a pandemia do novo coronavírus após as críticas duras à OMS feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

O diretor-geral da OMS instou os EUA e a China a unirem forças no combate à doença, em vez de se entregarem a um jogo de culpas.

Reagiu depois de Trump criticar o órgão de saúde da ONU, acusando-o de receber dinheiro dos EUA, mas favorecendo a China, onde o surto surgiu em dezembro.

"A OMS realmente estragou tudo. Por alguma razão, financiada em grande parte pelos Estados Unidos, mas muito virada para a China. Vamos dar uma boa olhadela nisso", disse Trump no Twitter, onde também escreveu: "Felizmente, rejeitei o conselho deles de manter nossas fronteiras abertas à China desde o início."

O chefe de Estado norte-americano também ameaçou suspender a contribuição do país para aquele órgão das Nações Unidas.

Tedros Ghebreyesus fez uma defesa veemente do controlo da pandemia pela OMS, que matou mais de 80.000 pessoas, enquanto mais de 1,4 milhão de pessoas deram resultados positivos.

"Os Estados Unidos e a China devem unir-se e combater este inimigo perigoso", disse em Genebra. "O foco de todos os políticos deve ser salvar o seu povo. Por favor, não politizem este vírus. Se não querem ter muitos mais sacos para cadáveres, evitem politizar."

Guterres diz que "tempo para avaliar" não é agora

Na mesma linha, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, criticou as declarações feitas pelo Presidente dos Estados Unidos, na terça-feira, sobre atuação da OMS em relação à pandemia, considerando que "agora é a hora da unidade".

Quando a pandemia da doença provocada pelo SARS-CoV-2 terminar, "haverá tempo" para avaliar a atuação da OMS, mas "agora é a hora da unidade", sublinhou António Guterres, citado pelo seu porta-voz, Stéphane Dujarric, segundo a agência France-Presse.

O secretário-geral da ONU criticou as declarações feitas pelo chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, considerando que "é possível que diferentes leituras sejam feitas" com as mesmas informações disponíveis.

O SARS-CoV-2, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.

Os Estados Unidos registaram mais de 400.000 pessoas contagiadas pela doença covid-19 e contabilizaram mais de 13.000 mortos.

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