OLP quer que Obama passe das palavras aos atos

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) congratulou-se hoje com o apelo do Presidente norte-americano ao fim da ocupação israelita e disse esperar agora que Barack Obama "passe aos atos".
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"Os atos julgarão o compromisso que o Presidente Obama assumiu a favor do Estado palestiniano", afirmou Xavier Abu Eid, porta-voz da OLP, em reação à intervenção do chefe de Estado norte-americano perante centenas de estudantes israelitas.

Para Abu Eid, a mensagem de Obama foi "muito clara", mas não é nova.

"É importante ter em conta que Obama teve quatro anos para implementar uma visão que hoje repetiu e que, nesse período, se estabeleceram 50 mil colonos judeus no Estado palestiniano", adiantou.

As declarações de Barack Obama, que está a realizar a sua primeira visita oficial a Israel, foram proferidas no Centro Internacional de Congressos em Jerusalém, perante uma plateia de algumas centenas de estudantes israelitas.

"Os palestinianos devem reconhecer que Israel será um Estado judeu" e os israelitas que "uma Palestina independente deve ser viável", frisou.

"Não é justo que uma criança palestiniana não possa crescer num Estado próprio e viva com a presença de um exército estrangeiro que controla os movimentos dos seus pais todos os dias", sublinhou.

Hoje, no segundo dia da visita ao Médio Oriente, Obama esteve em Ramallah, na Cisjordânia para reuniões com o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, e com o primeiro-ministro, Salam Fayyad.

Numa conferência conjunta com Abbas, Obama afirmou que "a possibilidade de uma solução de dois Estados", israelita e palestiniano, "continua a existir", ao criticar a colonização israelita que "não deixa avançar a paz".

Husam Zulud, do partido palestiniano Fatah, criticou que Obama tenha apresentado Israel "como uma democracia cheia de valores", quando mantém um "apartheid contra os palestinianos dentro do seu território".

O vice-comissário para as Relações Exteriores, saudou que o presidente tenha mencionado a "necessidade de acabar com a ocupação", para aplauso da audiência israelita, um "bom sinal que mostra que o problema não é o povo israelita, mas os seus líderes".

Zulud defendeu que, "para além das palavras", é necessário "trabalho e ações reais no terreno" para ultrapassar o bloqueio do processo de paz israelo-palestiniano.

"Obama vai-se embora amanhã [sexta-feira] e deixa-nos com um Governo israelita extremista, que promete continuar com a sua ocupação e nos afasta com um muro, postos de controle militares, discriminação e uma situação que está a deteriorar-se", adiantou o responsável da Fatah.

Na sexta-feira, o Presidente norte-americano vai depositar uma coroa de flores nos túmulos do fundador do sionismo, Theodor Herzl, e do antigo primeiro-ministro israelita Yitzhak Rabin, assassinado em 1995.

Vai também ao memorial do Holocausto Yad Vashem e regressa à Cisjordânia, para visitar a Igreja da Natividade em Belém, local onde nasceu Jesus, e segue viagem para a Jordânia, sendo recebido pelo Rei Abdullah II.

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