Olhos nos olhos
1.O FC Porto-Sporting, que foi (como diria o Quinito) um jogo "entretido". E com um resultado no fim de contas justo, tanto mais que, na medida do que pôde, Paulo Bento jogou efectivamente "de olhos nos olhos" com o seu adversário. Paulo Bento que ainda não perdeu e que vem valorizando, e bem, os jovens produtos da cantera sportinguista. O que representa mais um ponto a seu favor, sem dúvida.
2.O lucro da SAD do Sporting, no que diz respeito ao primeiro trimestre do exercício 2005-2006. É certo que esse lucro resulta de montantes encaixados com a venda de Rochemback e Enakarhire, e que as contas terão pois tendência para baixar. Mas um lucro é sempre um lucro, não éverdade? E Rochembach e Enakarhire eram património leonino.
3.Mas continuando no Sporting a homenagem prestada a Monolo Vidal, um homem que efectivamente (como costuma dizer-se, mas neste caso é verdade) deu muito ao seu clube. Primeiro como jogador (do tempo dos célebres "violinos"), e em seguida como dirigente, tendo estado (com o seu inseparável companheiro José Manuel Torcato) na conquista do campeonato de 79-80, mais tarde com Sousa Cintra e, desde há uns anos, no departamento de futebol de que é ainda hoje director. Um gesto bonito e justo portanto, tal homenagem.
4.A defesa, por parte de Luiz Felipe Scolari, do estatuto de cabeça de série para Portugal, no Mundial da Alemanha. Com efeito, tem toda a razão o seleccionador nacional quando discorda dos critérios da FIFA, que não levou em conta o palmarés da nossa selecção nestes últimos anos, ao longo dos quais fez dez jogos de qualificação para o dito Mundial sem qualquer derrota, para além de ter-se sagrado vice-campeã europeia, em 2004. A FIFA porém lá terá as suas razões, por mais que a razão as não compreenda...
5.A decisão da SIC (de Francisco Penin) de optar por comprar os jogos do Mundial da Alemanha em que Portugal vier a intervir, para além dos de abertura e fecho do grande torneio. E ainda de lutar por comprar os jogos da Liga das duas próximas épocas. O que só prova que, se é verdade que os responsáveis das programações televisivas procuram agradar ao público (às vezes, de que maneira...), o futebol continua a ser o desporto (para não dizer o espectáculo) mais popular do mundo, e com uma inegável vantagem quando está a ver a bola o Zé Pagode pelo menos não está a ver muito do "lixo" que por essas televisões vai.
António
tavares-teles
Jornalista
1.A preparação feita por Co Adriaanse para o jogo da sua equipa com o Sporting - chegou mesmo a admitir que o empate não seria mau, enquanto Paulo Bento falou em vitória antes de tudo - que fatalmente não deu aos seus jogadores a necessária ambição. E isso viu-se no Dragão. Um Dragão onde, mais uma vez, Jorginho esteve longe do desejado e McCarthy, inexplicavelmente, só foi substituído aos 80 minutos. Sendo que, no mais, Pepe voltou a mostrar imaturidade para jogar onde joga, mantendo-se incompreensível a notícia que me chegou de que o treinador portista, com vista ao reforço do seu plantel em Janeiro, só está interessado em gente para o meio-campo. Enfim...
2.A reacção de Liedson ao (óbvio) castigo que está a ser-lhe imposto por Paulo Bento, dizendo-se de "consciência tranquila". Quando não o deveria estar, porque em todos os grupos há regras a cumprir e, ao que se sabe, o brasileiro não as cumpriu. Mas como nele estas coisas já vão sendo habituais...
3. A arbitragem (ainda no Dragão) de Lucílio Baptista, traído por diversas vezes ou por ele próprio ou - e esse foi o caso mais flagrante - pelo seu assistente -José Cardinal - que não pode deixar de ter visto o gesto faltoso de Polga na área sportinguista (afastou nitidamente a bola com o braço) e, tendo-o visto, de sancioná-lo, é claro, como mandam as regras.
4.A derrota do Vitória de Gui-marães em Sevilha, que afastou de vez os minhotos da segunda fase da Taça UEFA. Uma derrota indiscutível, e tão indiscutível que, sério como sempre, Jaime Pacheco fez a respeito dela o lapidar comentário que os jornalistas registaram "Numa palavra, eles são melhores". Salvou-se ao menos isso: a seriedade de Jaime Pacheco.
5. A situação do Vitória de Setúbal, com o seu presidente - Chumbi-ta Nunes, que continua sem dinheiro para pagar ordenados - a procurar alienar a maior parte das acções que o Vitória detém na SAD a investidores ingleses, uma situação que no entanto está já a criar forte oposição no interior do clube e até na cidade, com a Câmara (que detém 40 por cento do capital) a, ao que parece, também não ver com muitos bons olhos essa operação, tanto mais que há gente em Setúbal que garante poder resolver as coisas sem qualquer alienação do património. Mas vamos ver no que tudo isto dá.