Oeiras e Magellan 500 apontam a sistema de Mobilidade Elétrica Aérea até 2029

Câmara e consórcio promotor do aeroporto de Santarém assinaram protocolo para criação de vertiporto. Aeronaves de descolagem e aterragem vertical, movidas a eletricidade, são entendidas como tendo potencial para uma revolução na forma como nos deslocamos, diminuindo ao mesmo tempo os impactos ambientais.
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A câmara municipal de Oeiras e o consórcio Magellan 500, promotor do novo aeroporto de Santarém, do qual faz parte o grupo Barraqueiro, formalizaram ontem um protocolo para um projeto de Mobilidade Elétrica Aérea neste concelho do distrito de Lisboa e que visa a instalação de vertiportos para transporte de passageiros com recurso a aeronaves eVTOL (Descolagem e Aterragem Vertical Elétrica). A estimativa é que possa estar em funcionamento dentro de seis anos, em 2029.

Na apresentação do projeto foram apontadas algumas das razões que sustentam esta aposta e que passam por atualmente já existir um "significativo investimento em novas tecnologias de aeronaves de descolagem e aterragem verticais". Isso deve-se quer à "redução significativa" dos impactos ambientais que proporcionam (menos ruído e movidos a eletricidade), quer ao potencial de, "conjugadas com níveis crescentes de automatização e novas infraestruturas adaptadas", virem a "revolucionar nos próximos anos o transporte de pessoas e mercadorias em ambientes urbanos e regionais", remodelando, ao mesmo tempo, "o futuro das cidades e a forma como nelas nos deslocamos".

As vantagens da Mobilidade Aérea Urbana também são enumeradas em seis eixos principais: "descongestionamento da rede viária; melhoria da mobilidade; redução do tempo de transporte; diminuição da poluição; redução da pressão sobres as redes de transporte existentes e redução dos acidentes de tráfego".

Nesta fase do projeto explica-se que "através desta parceria, entre o Município de Oeiras e o consórcio Magellan 500, pretende-se avaliar cenários de desenvolvimento da mobilidade aérea urbana, envolvendo todas as componentes de planeamento urbano, de mobilidade, de análise de infraestruturas técnicas e tecnológicas, legais e regulamentares e políticas nacionais e europeias, bem como garantir a necessária participação dos principais stakeholders, permitindo ter um contexto e uma compreensão mais envolvente de como podemos projetar o nosso futuro de forma mais sustentável e equilibrada".

As aeronaves eVTOL, com velocidades cruzeiro geralmente anunciadas acima dos 250 km/h, darão corpo à operação de transporte. Segundo consta no projeto, estão em fase de desenvolvimento e teste vários protótipos com mais de 70 fabricantes a trabalhar em soluções, incluindo gigantes como a Boeing e a Airbus ou a Bell Helicopters. É citado um levantamento feito pela empresa de investigação MarketsandMarkets que afirma que o mercado de eVTOL será superior a 30 mil milhões de dólares até 2030. Nos Estados Unidos, por exemplo, há a expetativa que os eVTOL sejam utilizados "em grande escala" durante os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028.

Destaquedestaque"Há muita gente que não compreende a mobilidade aérea, que a acham uma excentricidade, mas isso revela um grande desconhecimento do potencial da tecnologia", frisa Isaltino Morais.

A conclusão é que "as cidades têm de começar a definir o seu papel e relação com esta nova modalidade de transporte, de modo a não serem ultrapassadas nos novos modelos" e "quem se posicionar primeiro no processo de desenvolvimento do ecossistema vai retirar significativos benefícios e vantagens". É essa uma das razões que levaram Oeiras a avançar, como explicou o presidente da autarquia, Isaltino Morais: "Estamos aqui a apresentar o futuro. Há um grande preconceito ideológico, há muita gente que não compreende a mobilidade aérea, que a acham uma excentricidade, mas isso revela um grande desconhecimento do potencial da tecnologia. É uma revolução que está a acontecer e estamos sempre disponíveis para acompanhar estas inovações".

Este novo transporte irá também servir de complemento à operação aeroportuária de Lisboa. O consórcio Magellan 500 é o promotor da solução aeroportuária para a região de Santarém, a qual faz parte do lote final de nove opções em estudo pela Comissão Técnica Independente (CTI), a quem cabe auxiliar o governo na tomada da decisão política. Até final do ano deverá ser conhecida a recomendação da CTI.

Portela+Alcochete; Pegões; Portela+Pegões; Rio Frio+Poceirão; Portela+Montijo; Montijo+Portela; Campo de Tiro de Alcochete e Portela+Santarém são as outras opções em cima da mesa.

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