O Estado arrecadou 31.078 milhões de euros em impostos até setembro, um aumento de 6% (ou 1.762,6 milhões de euros) face ao mesmo período do ano passado, segundo a Direção-Geral do Orçamento (DGO)..Na síntese da execução orçamental dos primeiros nove meses do ano publicada hoje, a DGO refere que o crescimento verificado até setembro "excede o previsto no OE2017 [Orçamento do Estado para 2017]", de 3%, refletindo "maioritariamente a aceleração da atividade económica a um ritmo superior ao esperado"..O crescimento da receita fiscal até setembro está também acima do previsto no OE2018, em que o Governo atualizou esta projeção, esperando este ano um crescimento homólogo de 4,8%..Para este desempenho contribuíram tanto os impostos diretos, cujas receitas cresceram 6,5%, como as receitas dos impostos indiretos, que aumentaram 5,7% entre janeiro e setembro..O aumento dos impostos diretos deveu-se, sobretudo, ao comportamento da receita do IRS (+21,8% para os 4.370,4 milhões de euros), que "permitiu fazer face à redução da receita de IRS" (-0,7% para os 8.753,8 milhões)..Quanto ao IRC, a DGO indica que a receita líquida do imposto "mantém a trajetória verificada desde maio e resulta fundamentalmente dos pagamentos das autoliquidações relativas ao período de tributação de 2016 (+450 milhões de euros) e dos pagamentos por conta (+307 milhões de euros)"..O adicional ao IMI, cuja receita está consignada ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, rendeu 123,8 milhões de euros em 2017..Já nos impostos indiretos, o aumento da receita "é principalmente explicado pelo crescimento da receita de IVA" (+5,4% para os 11.712,7 milhões de euros), sublinhando a DGO que este crescimento da receita do IVA foi atenuado pelo aumento de 13,3% dos reembolsos..Excetuando o Imposto sobre o Tabaco (-5,6% para os 1.120,1 milhões de euros), os restantes impostos indiretos apresentaram um "comportamento favorável", com destaque para a receita do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (3,2% para os 2.523,9 milhões), do Imposto sobre Veículos (16,1% para os 572,1 milhões) e do Imposto do Selo (6,3% para os 1.102,4 milhões)..Também a receita do Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA) aumentou significativamente (21,7% ou 62,4 milhões de euros), tendo sido arrecadados 208,6 milhões de euros com o imposto, o que a DGO diz ser "fortemente explicado pela tributação das bebidas açucaradas, que teve início em 2017"..Quanto aos reembolsos da receita fiscal, estes atingiram um montante acumulado de 7.842,7 milhões de euros (+8,2%) até setembro, o que ficou a dever-se sobretudo ao IVA (+507,5 milhões de euros) e ao IRS (+157,2 milhões de euros).