OE 2022. PAN e Livre com mais medidas aprovadas
A maratona de votações do Orçamento do Estado (OE) para 2022 terminou ontem, com a aprovação final do documento agendada para hoje e garantida pela maioria absoluta do PS. PAN e Livre - os dois partidos da oposição que tiveram mais propostas aprovadas - vão abster-se. Os restantes partidos deverão manter o voto contra.
Ontem, já com as votações na especialidade (artigo a artigo) na fase final, o PS sustentou que foram aprovadas mais de 100 propostas de alteração ao documento, com a deputada socialista Jamila Madeira a afirmar que o "espetro democrático deste parlamento ficou completamente sufragado no quadro daqueles que são os partidos democráticos no hemiciclo". Uma tese que não teve acolhimento na oposição, com o PSD a criticar o que qualificou como um "rolo compressor" da maioria socialista, o BE a falar de um OE subjugado ao princípio de que "não podemos viver acima das nossas possibilidades", e o PCP a apontar também um documento que só olha para o "défice e a dívida".
O Chega - que não teve nenhuma proposta de alteração aprovada - ironizou com um "orçamento das maravilhas", que deixa "mais de um milhão de pessoas sem médico de família", enquanto a Iniciativa Liberal sustentou que "não vêm aí bons tempos" com este orçamento que, para a IL, não apresenta boas soluções para os problemas do país.
De acordo com os registos parlamentares das votações na especialidade, o PS aprovou 40 propostas do PAN, 13 do Livre, sete do PSD, três da Iniciativa Liberal, duas do Bloco de Esquerda, uma do PCP e nenhuma do Chega. O que significa que a centena de propostas aprovadas pelos socialistas, invocada por Jamila Madeira, inclui as medidas de alteração ao OE apresentadas pelo próprio PS, que ascenderam a mais de meia centena.