Obras da Fundação Nadir Afonso quase paradas
João Batista referiu que, durante os últimos meses do ano passado, a autarquia verificou que a empresa responsável pela infraestrutura, adjudicada por 5,7 milhões de euros, vinha diminuindo o ritmo de trabalho.
Nessa altura, disse o autarca, o arquiteto Siza Vieira, autor do projeto, enviou uma carta à câmara, pedindo para não pressionar a empresa porque o cimento branco e as matérias utilizadas na obra precisavam de tempo de maturação e se o trabalho ficasse mal executado, o remédio seria fazer de novo.
O autarca revelou que, no início deste ano, a fundação não tinha "qualquer" avanço, a construtora reduziu o número de trabalhadores e tinha dificuldades em contratar subempreiteiros para determinadas obras.
Perante a ameaça da rescisão de contrato por parte da autarquia, a empresa anunciou que tinha "entretanto" superado as dificuldades momentâneas, através do recurso a um plano de recuperação económica, e deverá retomar as obras "em breve".
Os problemas da empresa não são por incumprimento da autarquia, garantiu João Batista, que "paga na hora" e deve "zero".
O reinício dos trabalhos engloba, afirmou João Batista, a conclusão das cofragens e exteriores para avançar para a parte da eletricidade, interiores e madeiras.
"Tem ficado sempre lá um ou outro trabalhador, sendo certo que não há número de trabalhadores que permita que a obra avance", frisou.
E, acrescentou, "a obra teve manutenção durante muito tempo e teve períodos em que não havia movimentos e qualquer avanço".
A Fundação de Nadir Afonso situada na margem do rio Tâmega, num investimento de cerca de nove milhões de euros e financiada a 85% por fundos comunitários, deveria ser inaugurada a 07 de julho deste ano, por altura das festas do município, mas será adiada por um ano.
O lançamento da primeira pedra do edifício aconteceu em julho de 2011.
O imóvel vai dispor de salas de exposição, auditório, biblioteca, arquivo, espaços para acolher o espólio do artista e um ateliê.
João Batista, a cumprir o seu último mandato, acredita que a fundação se irá transformar num "polo dinamizador e central" na programação cultural de Chaves e da região e será um "importante" motor de desenvolvimento económico.
Nadir Afonso, pintor e arquiteto, cuja obra figura entre as grandes referências da história da arte portuguesa do século XX, tem atualmente 91 anos.
Nascido em Chaves, o artista licenciou-se em arquitetura e chegou a trabalhar com os arquitetos Le Corbusier e Óscar Niemeyer.