Obra mais esperada sobre o Vaticano chega às livrarias quinta-feira
Com o título em português "No Armário do Vaticano" ou com o título original "Sodoma", o livro do autor francês, Frédéric Martel, é o mais esperado da coleção para este ano e chega a Portugal já na quinta-feira, precisamente no dia que o Papa Francisco recebe no Vaticano os responsáveis de todas as conferências episcopais, para debaterem a questão dos abusos no seio da igreja.
A obra do sociólogo e autor de outros livros retrata o mundo do Vaticano, que, garante Frédéric Martel, 80% pertence à comunidade gay. Em entrevista à Agência Efe, o autor diz que "era homossexualidade é a explicação para a maioria dos problemas da igreja desde há 50 anos. A homofobia da igreja é explicada pelo alto nível de homossexualidade no clero."
Frédéric Martel entrevistou mais de mil pessoas durante quatro anos, visitou mais de 20 países, tendo estado um período a viver em Roma, onde diz que tem as suas melhores fontes. Ele encontrou-se com dezenas de cardeais, centenas de bispos e de padres.
O livro, que vai chegar às bancas das livrarias ou lojas online esta semana, tem a chancela da Sextante Editora, em Portugal, e custa 19,90 euros. Segundo a editora trata-se de uma obra que "revela a face escondida da Igreja: um sistema construído desde os mais pequenos seminários até ao Vaticano, assente, ao mesmo tempo, sobre uma vida homossexual escondida e sobre a mais radical homofobia. A esquizofrenia da Igreja é insondável: quanto mais um prelado é homofóbico em público mais provável é que seja homossexual na vida privada.
Ao afirmar numa das suas homilias que, «por detrás da rigidez há sempre qualquer coisa escondida: em numerosos casos, uma vida dupla», o Papa Francisco acabou por tornar público um segredo do Vaticano, que esta investigação "explora com grande detalhe."
Para Frédéric Martel "os padres homossexuais e os cardeais são os que estão mais interessados em defender o celibato" ou "a posição contra os preservativos ou até o evitar sexo antes do casamento", porque tudo se explica pela questão da homossexualidade.
Na obra, o autor francês dedica um capítulo ao chileno Angelo Sodano, o Núncio apostólico no Chile durante o regime de Pinochet, e deixa em aberto que, após ter consultado documentação vária, este estaria informado sobre os abusos do padre Fernando Karadima.
Mas Martel vai mais longe "No Armário do Vaticano" ao dar a entender que existe uma ligação entre a saída de Bento XVI, agora Papa emérito, e a homossexualidade. Segundo as fontes de Martel, Joseph Ratzinger também se sentiria atraído por homens.