Obama denuncia "crueldade de arrancar crianças dos braços dos pais"

O ex-presidente norte-americano escreveu uma mensagem no Facebook por ocasião do Dia Mundial do Refugiado com críticas à política de tolerância zero de Trump.
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O ex-presidente dos EUA, Barack Obama, criticou implicitamente o seu sucessor, Donald Trump, numa mensagem publicada no Facebook por ocasião do Dia Mundial do Refugiado.

"Ver essas famílias a ser separadas em tempo real coloca-nos uma questão muito simples: somos uma nação que aceita a crueldade de arrancar crianças dos braços dos pais ou somos uma nação que dá valor às famílias e trabalha para as manter justas? Desviamos o olhar ou escolhemos ver algo de nós mesmos e dos nossos filhos?", questiona Obama.

O ex-presidente pede para aqueles que nasceram nos EUA "imaginarem por um momento" que tinham nascido noutro país, "onde cresceram com receio pela própria vida e eventualmente a vida dos vossos filhos". Um local, refere, onde o desespero seria tal que teria que arriscar a vida para tentar dar melhores de condições de vida aos filhos. "Essa é a realidade para muitas das famílias cujas dificuldades vemos e choros ouvimos", afirma.

Sem nunca mencionar Trump, Obama lembra que "a capacidade de nos imaginarmos nos sapatos de outros" é "o que nos torna humanos". Assim como "encontrar uma forma de acolher os refugiados e os imigrantes" e ser "grande o suficiente e sábio o suficiente para defender as nossas leis e honrar os nossos valores ao mesmo tempo".

O ex-presidente lembra ainda que a maior parte dos norte-americanos também já foram estrangeiros, sendo descendentes de famílias que cruzaram "o Atlântico, o Pacífico ou o Rio Grande".

Falando do "legado dos pais e avós" de "proteger as gerações do futuro", Obama diz que é preciso mais do que dizer "isto não é quem nós somos". E que "precisamos de o provar - através das nossas políticas, das nossas leis, das nossas ações e dos nossos votos"

Há dias, a ex-primeira-dama, Michelle Obama, já tinha partilhado no Twitter a mensagem da sua antecessora, Laura Bush, que considerava a política de zero tolerância de Trumo "cruel" e "imoral". Escrevera apenas: "Às vezes, a verdade transcende os partidos."

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