Obama acusa lóbi das armas de mentir no Senado
Barack Obama, que fez uma declaração menos de uma hora depois de o Senado ter rejeitado a emenda que propunha o alargamento das verificações de antecedentes criminais, lamentou o que considerou ser um "dia vergonhoso para Washington".
O Presidente dos Estados Unidos falou de forma emocionada e disse que isto era apenas a "primeira ronda" de um processo mais abrangente, no sentido de limitar o acesso à compra de armas, depois do massacre de Newtown, em dezembro, quando 20 crianças foram mortas a tiro numa escola.
"Famílias que conhecem dor inominável reuniram coragem para pedir aos seus líderes eleitos que não apenas honrassem a memória das suas crianças, mas que protegessem as vidas de todas as nossas crianças. Há alguns minutos, uma minoria no Senado dos Estados Unidos decidiu que não valia a pena", afirmou Obama.
Visivelmente irritado pela decisão do Senado, o Presidente recordou que a emenda bipartidária em discussão iria abranger os 40% das armas que, neste momento, continuam a ser adquiridos sem verificação de antecedentes criminais em feiras ou através da Internet.
A medida precisava de 60 votos para ser aprovada, mas foi derrotada por 54 contra 46 votos a favor, contando-se entre as declarações contra vários democratas que enfrentam campanhas eleitorais no próximo ano, segundo a AFP.
"Eles não têm almas, não têm compaixão pelas experiências que as pessoas tiveram com violência armada, como quem viu um filho ou um ente querido morto por uma arma", afirmou Patricia Maisch, uma sobrevivente do ataque, de 2010, sobre a então congressista Gabrielle Giffords. Maisch foi retirada da sala.
Nas bancadas, a assistir ao voto, estavam várias vítimas ou familiares de vítimas de violência levada a cabo com armas, incluindo pais e irmãos de crianças assassinadas em Newtown.
Quer o Presidente quer o vice-Presidente Joe Biden envolveram-se pessoalmente na angariação de votos para a decisão de hoje.