O túnel do amor e outras 19 instalações iluminam-se

As luzes acendem-se hoje, às 20.00, em Cascais. O belga Georges Cuvillier mostra o seu trabalho de bambu na Cidadela
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A instalação impõe-se pela dimensões: uma passagem longa feita de bambus que atrai a curiosidade a quem passa. "O que estão a fazer?" foi a pergunta que o belga Georges Cuvillier mais ouviu, e respondeu, esta semana enquanto instalava no fosso da cidadela de Cascais a obra com que se apresenta pela primeira vez em Portugal - Túnel do Amor. "Fi-lo na Austrália há cinco anos para uma mulher, sentia-me apaixonado por ela e construí o Túnel do Amor", explica o autor.

São cerca de 400 varas de bambu que se equilibram de formas aparentemente periclitante, a espaços, unidas por cordas, seis quilómetros ao todo, num projeto que se adapta aos locais por onde passa. À passagem criada pela madeira, há de juntar a luz. Centenas de potes com uma vela acendem-se hoje, a partir das 20.00. Ao mesmo tempo, o músico Tobias Bierbaum cria aquilo que Georges Cuvillier apelida de "paisagem sonora", a partir de sons de conchas, barulhos de crianças, o bambu, algum tecno e mesmo tango... "É uma atmosfera especial", afirma, garantindo que vai marcar presença todas as noites para acompanhar a obra de arte (e as reações dos visitantes).

Georges Cuvillier, 55 anos, oriundo da Bélgica, o país convidado desta edição do Festival Lumina, é aquele artista de quem se pode dizer que é multifacetado , sem correr o risco de escrever um cliché. Até há 12 anos, era violoncelista. "Já não toco, os meus dedos estão rígidos", diz, mostrando as mãos, massacradas do peso e de manusear o bambu, o material com que trabalha. Também é alpinista e é subindo e descendo que é posta de pé a estrutura - "9 mil quilos de bambu", calcula. "Não usamos máquinas, quase nunca usamos escadas e até a serra é manual", afirma.

Túnel do Amor já foi apresentada na Austrália, duas vezes em França, na Holanda e no festival Tomorrowland, na Bélgica. "Como no amor, não há escapatória", afirma o artista, caminhando no interior da obra. Aqui, no entanto, há duas saídas de emergência a pedido da organização. Há duas para lá da entrada e saída), tendo em conta o número de visitantes esperados: cerca de 300 mil .

A entrada é gratuita e, acrescente-se, é impossível estar em Cascais hoje e amanhã e domingo, entre as 20.00 e as 00.00, sem passar por esta e outras 19 instalações deste percurso de luz. De Firework, de CN & Cubo, instalada no Largo da Estação de Comboios, a Colorattack, de Bordos, um trabalho de videomapping que será projetado nas fachadas da Casa das Histórias, passando pelos contentores estacionados na baía, a partir do trabalho conjunto dos Storybox e o OCUBO , de Nuno Maya e Carole Purnelle, que organizam este evento promovido pela autarquia desde 2011 (interromperam em 2012).

À sexta edição, encolhe o número de artistas participantes (foram 26 há um ano), cresce a representação de portugueses. Ao OCUBO, que prepara projeções para a Casa Sommer ou a fachada da Cidadela, juntam-se António Rafael e João Martinho Moura com a performance NaN: Collider na Igreja da Misericórdia, o tapete voador de Bang Bike na avenida Dom Carlos I, Underlight, de Telmo Ribeiro, no relvado do Parque Marechal Carmona, e a história de Pedro e o Lobo, contada por Retroanima Pro & Orquestra no Museu do Mar.

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