O touro das mulheres da ilha Terceira imortalizado em livro
"Era uma animal excepcional e de excepção pois ainda que não sendo bravo dava saltos espectaculares que enchiam a vista e faziam encher as ruas nas touradas ao longo da temporada", disse à Lusa o autor da obra, Liduino Borba.
Na obra com 172 páginas, 83 fotografias, diversos poemas que lhe foram dedicados e um DVD com reportagens e passodobles "o 64 vai perdurar para a eternidade com merecimento", considera o autor.
De acordo com o investigador deste fenómeno popular que são as touradas à corda, José Henrique Pimpão, "o 64 era considerado o touro das mulheres, porque, trepava muros e varandas altas para «cumprimentar» especialmente senhoras vistosas e decotadas".
Nascido em 1999 o "64" faleceu a 27 de julho de 2008 vitima de um acidente vascular cerebral (AVC) "o que é raro nestes animais", explicou Liduino Borba, que adiantou, serem "animais que vivem entre 15 a 20 anos".
Dois dias depois de morrer "ainda encheu a tourada da freguesia de São Bartolomeu dos Regatos porque as pessoas pensavam que era boato e outras não sabiam".
Normalmente, revela Liduino Borba, "um touro puro (primeira vez que actua) nas touradas à corda custa 500 euros".
"O 64 custava mil euros por tourada e todos os queriam tanto que tinha a agenda preenchida até ao fim da temporada em Outubro", acrescentou.
O "64" fica ainda perpetuado pela cabeça embalsamada e na posse da filha do ganadero proprietário do animal, Humberto Filipe.
Na Internet é o touro mais internacional de todos bastando, para o apreciar, digitar "monstro das tapadas", "toiro das mulheres" ou, simplesmente, "64" e ele surge em toda a sua plenitude.