O segundo do MRPP no Porto queixa-se de não saber nada da campanha

Num e-mail enviado a Arnaldo Matos, divulgado pelo jornal do PCTP, Valentim Martins diz que lhe estão a esconder a agenda.
Publicado a
Atualizado a

Valentim Amorim Martins, 62 anos, operário, segundo candidato do PCTP-MRPP pelo círculo do Porto, queixou-se por e-mail ao "camarada Arnaldo Matos" de que lhe estão a esconder a agenda da campanha do partido. E pede ao histórico fundador do MRPP que reencaminhe a sua mensagem para os "camaradas responsáveis" do partido hoje liderado por Garcia Pereira. Só por uma razão: "Não tenho o endereço de e-mail dos camaradas para comunicar com eles."

A queixa foi tornada pública no site do Luta Popular, o órgão central do MRPP, que divulga o e--mail de Valentim Martins na íntegra. "Estamos a 14 dias do ato da votação. Eu nada sei acerca da campanha eleitoral da candidatura do partido pelo Porto, apesar de ser o 2.º candidato da lista. Não vi nada ainda no Luta Popular online da agenda da candidatura e de ações levadas a cabo pela candidatura junto do povo", escreve.

O operário, que reside na Maia, reconhece que tem "limitações por motivos [de] saúde ou da falta dela", mas garante que pode sempre ajudar. E, antes de insistir nas queixas, puxa de exemplos sobre o que já fez. "Estive na ação de campanha junto dos pescadores de Matosinhos à noite e também arrisquei ir a Lisboa, e fui, no dia 18 de setembro, à comemoração do 45.º aniversário da fundação do partido."

Por isto, Martins não entende porque não lhe dizem o que se passa. "Não vejo motivos, até porque sou o 2.º da lista, para me esconderem as coisas, não me pondo a par do que estão a fazer." O candidato pede, por fim, para o "informarem da atividade da candidatura". "Eu poderei, desde que seja previamente falado comigo, ajudar."

No Luta Popular é disponibilizada, apenas dia a dia, a agenda da campanha eleitoral do partido. Ontem, não houve ações no Porto, numa lista que é encabeçada por Virgínia Pinho, 31 anos, designer. Ao DN, a independente admitiu que não conhece "os camaradas por nome". "Conheci muita gente, todos ao mesmo tempo."

Sobre a campanha, Virgínia Pinho diz que não lhe compete "fazer a promoção da campanha, que é nacional" - "não passa por mim". Mas sempre adianta que "o Luta Popular é o meio de comunicação interno e até parece bastante sensato expor a opinião de um camarada que se sente lesado".

O DN procurou ouvir, sem sucesso, Valentim Amorim Martins, que é militante desde 1974, e responsáveis do PCTP-MRPP.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt