O sabor especial de Carvalhal na final importante como nunca para Jesus

Coimbra é palco do jogo que vale o último troféu da época. O Sp. Braga, com um técnico da terra, tentam um troféu para assinalar o centenário. Águias, sem Lucas Veríssimo e Vertonghen, procuram esquecer frustrações.
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Uma final da Taça de Portugal especial para o Sp. Braga, no ano do seu centenário, e importante "como nunca" para o Benfica, depois de uma época frustrante. Assim se podem resumir as conferências de imprensa dos treinadores das duas equipas, que esta noite (20.30 horas, TVI) em Coimbra vão decidir quem levanta o último troféu da temporada.

Carlos Carvalhal, treinador dos bracarenses, fez questão de elogiar o adversário, que diz ser "uma equipa de elevada capacidade, com grandes jogadores, internacionais por Brasil, Argentina ou Uruguai, e um grande treinador". Ainda assim, o técnico de 55 anos fez questão de lembrar que, "quando o jogo começa, tudo o resto fica para trás". "Só contam só aqueles 90 minutos e aí, a equipa mais equilibrada emocionalmente, mais focada e com mais qualidade, vai vencer", garantiu.

O treinador admitiu ter treinado a marcação de grandes penalidades, porque "quem prepara uma final qualquer prepara os pormenores e os penáltis também", e confessou que vencer este título pelo Sporting de Braga "terá outro sabor".

Esta final da Taça de Portugal assume uma importância muito importante para o próprio Carvalhal, que é bracarense de gema. "Nasci na rua de S. Vicente e vivi paredes meias com o Bairro da Misericórdia, a 400 metros do estádio, onde passei a minha infância. Comecei a jogar na formação do Braga com 11 anos, fui internacional por Portugal como jogador do Braga, cheguei a sénior e sou treinador. Se há título que me dará um gozo especial é ganhar pelo clube da minha terra, nenhum outro título no futuro terá o sabor igual a este, mas a vontade dos jogadores não é menor que a minha", assumiu.

A vontade de erguer o troféu é tanta que a quebra de rendimento e resultados da equipa não preocupa o treinador dos minhotos. "Há duas ou três semanas que recuperámos os jogadores que estavam mais sobrecarregados, não tenho problemas em relação a esta parte da época ter terminado menos bem, acho perfeitamente normal ter havido alguma descompressão, mas já juntámos as tropas e já voltámos à carga", garantiu.

Questionado sobre as ausências de do brasileiro Lucas Veríssimo e do belga Vertonghen, por lesão, no eixo defensivo do Benfica, Carlos Carvalhal garantiu que os encarnados manterão a "mesma dinâmica", pelo que não está preocupado com o sistema tático que o adversário vai utilizar: "Estamos identificados com as duas formas de jogar do Benfica, mas a dinâmica ofensiva, porque tem um grande treinador, tem uma impressão digital, mas acho que o Braga também tem essa marca."

As lesões são, neste momento, a maior preocupação de Jorge Jesus. "Já não tínhamos muitos centrais, com a saída do Lucas, se o Vertonghen não recuperar, praticamente não temos centrais para uma estrutura de três defesas. Mas que vamos jogar com onze, isso de certeza", disse o treinador do Benfica, assumindo que esta final da Taça de Portugal é "importante como nunca", afinal, o clube da Luz "nos últimos 20 anos, ganhou apenas três" vezes o troféu.

Ainda assim, o técnico benfiquista reafirmou que a eventual conquista da Taça não apaga o que a equipa fez de mau na temporada, mas também não valorizará o bom final de época que tem estado a fazer. "A única coisa que valoriza é que, ganhando o troféu, conquistamos um título, que é aquilo que eram os nossos objetivos", disse Jesus, fazendo votos para que "o Benfica seja melhor e ganhe".

"Queremos acabar a época ganhando um título que, a seguir ao campeonato nacional, é o mais importante da calendarização. Portanto, é muito importante ganhar qualquer final. E esta, como nunca", assumiu.

Sobre o adversário desta noite, Jorge Jesus frisou que "o Sporting de Braga é uma equipa que demonstrou muita qualidade tática e individual" ao longo da época e que não tem dúvidas de que "vai ser um jogo muito difícil para ambas as equipas". E, nesse sentido, desvalorizou o facto de os bracarenses terem feito um final de I Liga abaixo do normal. "As equipas têm momentos piores e melhores durante a época, mas numa final acontecem muitas coisas que nós não esperamos", sublinhou.

"São jogos com características especiais e tem muito a ver com a qualidade do jogo. Como tal, não é muito importante nas finais quem é mais forte ou não, teoricamente. Numa final tens de arriscar tudo porque queres sair de lá vencedor", sublinhou Jorge Jesus, que vai tentar conquistar a sua segunda Taça de Portugal - a primeira foi pelo Benfica, em 2014, com o Rio Ave.

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