O Rio Sagrado: da Índia com amor

Há quem o considere o mais belo filme do mundo. É um dos títulos da homenagem a Bénard da Costa
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Quando escreveu e falou sobre O Rio Sagrado, João Bénard da Costa destacou a ideia do consentimento. Essencialmente, o consentimento de uma personagem indiana, Melanie, que abre as portas do seu universo de deuses hindus a nós, espectadores, e aos outros "estrangeiros" na Índia que atravessam o filme. Mas também, desde logo, o consentimento da escritora inglesa Rumer Godden, quando aceitou que mais um romance seu fosse levado ao cinema (Black Narcissus dera um filme de Michael Powell e Emeric Pressburger), sendo convidada a escrever o argumento com esse realizador francês que ela mal conhecia, Jean Renoir.

A narrativa fez o gosto do cineasta: "Pouca ação, mas personagens fascinantes. Relações muito comoventes entre elas e uma inesperada, subtil, inocente história de amor", assim a descreveu. De saída dos estúdios de Hollywood, depois de A Mulher Desejada (1947), cansado dos constrangimentos criativos, Renoir precisava de uma "nota fundamental" para a sua filmografia, como lhe chamou o crítico Jacques Rivette, e a primeira condição que impôs foi filmar mesmo na Índia (onde conheceu o jovem e futuro realizador Satyajit Ray).

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