O renascimento dos 'Asas de Portugal'

Sintra, a mais antiga das bases da Força Aérea, celebrou ontem o seu 86º aniversário e serviu ontem de palco ao mediático reaparecimento dos Asas de Portugal.

Ostentando o vermelho e o verde que são as cores da bandeira nacional, a nova versão da célebre patrulha acrobática da FAP reapareceu com novo élan no mesmo cenário em que tinha sido extinta em 1990 (ver cronologia).

Formada por dois caças Alpha Jet, que tinham feito em 1997 uma primeira tentativa de ressurgimento, a patrulha ostenta agora outro nome: Parelha da Cruz de Cristo.

Depois de concluídas as tradicionais cerimónias militares numa parada improvisada junto à pista, na presença do Chefe do Estado-Maior da FAP (CEMFA) e do presidente da Câmara Municipal de Sintra, entre outras figuras civis e militares, o aniversário da BA1 foi assinalado com o sobrevoo de 12 aviões de transporte das esquadras da unidade: em grupos de três, passaram primeiro os velhinhos FTB (usados na distribuição do correio) e depois os Aviocar.

Vários minutos depois, e quando os presentes já se movimentavam para assistir ao espectáculo dos Asas, ver-se-ia passar, lentamente, o último conjunto de três FTB.

A chegada do presidente do BCP (ver caixa) marcou a transição para o aguardado espectáculo dos Asas de Portugal, com os aviões a passar frente à tribuna em voo lento e da direita para a esquerda. Entre os presentes destacavam-se os líderes da primeira e da última equipas dos T37-C que deram corpo e alma aos Asas, os agora generais Rolando Santos e Silva Dias, respectivamente.

O conjunto de manobras - como as variantes de looping (volta de 360 graus na vertical) ou o saca-rolhas (voo enrolado de um avião sobre o outro) - e fumos brancos com que se riscava o azul do céu culminou num sobrevoo rasante que fez vibrar os tímpanos de quem assistia.

Para o CEMFA, general Taveira Martins, a "visão da nova FAP" passa muito pelo "imenso sucesso" que se espera da actuação dos Asas em 2006. Essa expectativa assenta no registo histórico dos T-37 dado pelo general Silvestre dos Santos: "Existiram aumentos significativos de voluntários nos anos seguintes a exibições dos Asas no respectivo distrito."

Actualmente, e apesar do grande défice de pilotos-aviadores, Taveira Martins salienta que a FAP "não tem problemas de voluntários".