O regresso do subcomandante Marcos. Nome diferente, passa-montanhas igual
"Tantas vezes me mataram, tantas vezes morri, e contudo estou aqui, ressuscitado." Foi por causa destes versos que a música Como La Cigarra (da argentina Maria Elena Walsh) se tornou numa espécie de hino dos zapatistas, no México. O líder do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), subcomandante Marcos, foi dado como doente ou morto em várias ocasiões, apenas para voltar a aparecer com o seu passa-montanhas. Em maio de 2014, foi o próprio Marcos a "matar" a sua personagem, passando a incarnar a do subcomandante Galeano. No passado dia 2, o porta-voz do grupo fez a primeira aparição pública desde esse adeus a Marcos.
O subcomandante voltou a quebrar o silêncio numa homenagem ao filósofo mexicano Luis Villoro, falecido em março do ano passado, e ao antigo professor zapatista Luis Solis López, conhecido como Galeano, assassinado a 2 de maio de 2014. "Pensamos que é necessário que um de nós morra para que Galeano viva", explicou Marcos há um ano quando adotou esse novo nome de guerra em homenagem ao companheiro caído (que se inspirara no escritor uruguaio Eduardo Galeano, que morreu há um mês). "Não morreu num confronto, mas foi sequestrado, torturado, sangrado, espancado, assassinado. Os seus agressores tinham armas de fogo, ele não", disse no fim de semana.