O que o artista unido sente
Uma carta aberta aos jovens que querem ser atores. A escrita, com voz, é de Jorge Silva Melo e funciona não como um autorretrato filmado mas como um autogolo, como ele já veio a público confessar. Um autogolo com toda a sabedoria do mundo deste artista. Ora desiludido, ora esperançoso. Um Silva Melo que nos afaga a alma com a nostalgia quando mostra para a câmara fotos dos artistas dos Artistas Unidos há muitos anos atrás - "Ai, a Silvie Rocha... Ai o Ivo Canelas...".
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O filme começa com cinema e com cinemas. As suas memórias cinéfilas com excertos de clássicos de cinema (incrível, como conseguiu os direitos!) entrelaçados com imagens dos cinemas lisboetas que entretanto fecharam. A partir daí não volta à Sétima Arte e ignora em grande parte o cinema que criou, enfim...foge a fundo para o teatro. Mas nessa fuga há uma dádiva de partilha que é essencialmente humana. Ainda não Acabámos é para ver com o coração nas mãos. No final, é para se sentir de alma cheia e lágrima no canto do olho. Silva Melo fez um imenso e transbordante ajuste de contas com o passado. Como se fosse uma passagem de testemunho...
Classificação: ****