Os analistas da PricewaterhouseCoopers alertaram segunda-feira num comunicado para um potencial "efeito ébola" que possa desestabilisar os preços do cacau. Esses preços são já muito sensíveis a variações devidas a guerras, crises políticas ou ao estado do tempo, portanto a chegada da epidemia do ébola aos países produtores poderia estar na raiz de uma nova crise. .O atual surto da doença atinge países que são fronteiriços da Costa do Marfim. 60% do cacau mundial é produzido na Costa do Marfim e no Gana, que faz fronteira com a primeira. Agora que a OMS prevê que os casos semanais de ébola possam subir para os dez mil semanais, a preocupação de que a epidemia chegue a estes países produtores de cacau torna-se muito real. .Os analistas do Deutsche Bank, citados pelo Estadão, dizem mesmo, acrescentando outros produtos que vêm da África Ocidental: "Guiné, Libéria e Serra Leoa representam menos de 2% da produção mundial de café, cacau, borracha, óleo de palma e algodão. No entanto, a maior preocupação está na possibilidade de a doença se espalhar para a Costa do Marfim e Gana, que respondem por 60% da produção global.".O preço do cacau já está cerca de 30% mais alto do que na mesma altura do ano passado, segundo a PricewaterhouseCoopers. .Um porta-voz da Mondelez, empresa a que pertence a Cadbury, falou ao news.com.au dizendo que a empresa está atenta à situação. "A nossa principal prioridade é certificarmo-nos da segurança do nosso pessoal. Neste momento não estamos conscientes de nenhuma ameaça imediata ao nosso fornecimento." O porta-voz não quis comentar a questão dos preços.