O ponto final definitivo na Revolta de Fevereiro

O funeral do major Américo Olavo, morto na Revolta de Fevereiro que tentou derrubar a ditadura militar instaurada no 28 de maio de 1926, ocupa grande parte da primeira página do <em>Diário de Notícias</em> deste dia em 1927.
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"Serão dissolvidas as unidades militares e agremiações que tiveram participação no movimento revolucionário", titulava o DN a 14 de fevereiro de 1927, referindo-se ao golpe de Estado falhado que ficou conhecido como a Revolta de Fevereiro.

Ocorrido entre 3 e 9 desse mês, e liderado pelo general Adalberto Gastão de Sousa Dias, esta primeira tentativa de derrube da ditadura militar que se tinha instituído no golpe do 28 de maio teve um saldo sangrento: 80 mortos e 360 feridos no Porto e mais de 70 mortos e 400 feridos em Lisboa.

Entre os caídos, contou-se ​​​​o major Américo Olavo, veterano da Primeira Guerra Mundial e um dos golpistas. A sua morte ainda hoje está envolvida em algum mistério.

Foi baleado no tórax, em sua casa, por militares fiéis ao regime. Os registos oficiais dizem ter-se tratado de um disparo acidental ocorrido durante as buscas à sua residência, na Lapa, em Lisboa, que procuravam evidências de ligações aos revolucionários. Mas a tese de assassínio nunca foi verdadeiramente posta de parte.

O funeral de Américo Olavo, que se realizou no dia 13 de fevereiro, foi particularmente emotivo. Estima-se que nele terão participado cerca de três mil pessoas, que acompanharam a urna até ao Cemitério dos Prazeres.

"Revestiu notável imponência o funeral, ontem realizado, do major Américo Olavo", titulava o DN, que ilustrava a primeira página com uma foto do caixão a ser transportado, seguido por milhares de pessoas.

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